INTERNET
CÔCO DE MÁCLEIM - Uma música que aprecio de nunca enjoar é a Internet Côco,
do meu amigo músico alagoano Mácleim.
Não sei quando essa música foi lançada, só
sei que quando ouvi pela primeira vez virei fã. Aliás, muitas das músicas desse
grande artista eu gostei de chapa: tudo de primeira.
Acontece que especificamente essa música foi
pivô de um vexame que passei anos atrás, lá pelo início dos anos 2000, por aí.
Estava eu meio lá meio cá dos birinaites
pelas bandas no Rio de Janeiro, especificamente na Rua do Ouvidor, quando uma
reboculosa linda deu de mexer lá da lonjura com o meu sismógrafo. Veio
arrasando quarteirão de me deixar boquiaberto e paralisado. Mas tímido que se
preze fica tão abestalhado que quando não faz nada, só faz merda. Fui virando
umas e outras para chamar a atenção da danada, mais ganhava sua indiferença,
até ela findar feito aquela do grande Luiz Gonzaga: - A danada nem fé d´eu deu!
Aí foi que todo estropiado, fiquei
recolhido num canto e rabisquei (já atualizando os dizeres para os dias de
agora).
MATUTO
NA RUA DO OUVIDOR
Luiz
Alberto Machado
E
era dela o balanço na lonjura
E
com ternura lá eu vi naquela hora
Ela
tão linda, ah que é minha Senhora!
Era
tão linda, a mais linda criatura.
Alinhei
a fivela na cintura
e
vi que é essa que eu vou namorador
eu
vou glosar de maior embolador
verso
de rima, melhor fita da moldura
Ela
vinha remexendo na candura
a
falar de um troço Facebook
como
eu não tinha lá aquele look
eu
tava ali como vivo na procura.
Avancei
com o vinco na postura
e
parti ali de vez pro tudo ou nada
ela
vivia com o bico tão danada
sem
dar conta que eu tava na mesura.
Não
era nada o que eu tinha de estatura
reduzido
por ela a sem valor
amargava
a gastura do acorçôo
na
mais grave e infeliz da desventura.
Se
eu me tinha por um rei, imperador
fui
destronado por maior do paspalhão
fui
rebocado que perdeu o seu cambão
e
por senão esbarrei no inquisidor:
-
Oh meu deus, onde é que eu estou?
Feito
sujeito que não tem menor noção
recebi
assim na lata a informação:
-
Aqui o Rio, na rua do Ouvidor.
PS: Dias depois,
ainda na minha estada no Rio, eis que por razões inexplicáveis fui apresentado à
dita cuja que se tornou uma grande amiga. E depois de devidamente apresentada,
contaram-na a minha história dos versos, fato que a fez rir demais de tão
incrédula. Claro que isso deu muita manga pras nossas risadagens. Infelizmente,
já de anos que não a vejo, perdemos contato. Agora, mais de 10 anos depois de
tudo é que trago a público, culpa dos meus amigos Jan Cláudio & Eduardo
Proffa que me peitaram numa empreitada. Não fosse a proposta deles, esses
versos estariam enterrados no esquecimento.
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