segunda-feira, junho 09, 2025

A ARTE DE MÁRCIA GEBARA

 

 

A ARTE DE MÁRCIA GEBARA - Márcia Gebara Artese Barros (Mogi Mirim-SP) é bacharel em Comunicação Visual pela Mackenzie (SP), mestranda em Artes pela Unicamp, possui licenciatura em Educação Artística pela UNAR. Realizou cursos de História da Arte no MASP e na Companhia das Artes de Mogi Mirim com a mestre Caru Duprat; de fotografia no Foto Cine Clube Bandeirantes; de Aquarela com Zélio no Senac, e outros cursos na Galeria Vera Ferro, e de Arte Contemporânea na USP. Realizou exposições individuais e coletivas, além de ser professora de Educação Artística, desenho e pintura atuando no Ateliê Companhia das Artes de Mogi Mirim, entre outras escolas. É integrante do Gentamiga Ateliê (SP) e participa da plataforma Ubqub (SP). Algumas de suas obras foram incluídas na seção Cinema Mulher, da publicação Dareladas (CriaArte, 2024), em homenagem ao centenário do artista plástico pernambucano Darel Valença Lins (1924-2017). E realiza a exposição “Entre linhas e cores a luz vibra na saudade”, no Museu de Arte de Mogi Mirim, em São Paulo, a partir do dia 13 de junho. Ela concedeu uma entrevista falando sobre a exposição, seu processo de criação, formação e projetos desenvolvidos. Com você, a artista Márcia Gebra.

 


LAM - Márcia, vamos pra pergunta de praxe: como foi e como se deu seu encontro com a arte?

 

Sempre tive contato com a arte na família, tio-avo pintor, meu pai sempre desenhou e me levou em museus, exposições, teatro, cinema, enfim a arte sempre fez parte da minha infância.

Fiz balé desde os 4 anos e piano por 11 anos. A paixão sempre foi a dança, a expressão corporal.

Mas o que eu mais gostava era criar, no desenho, na cerâmica e na fotografia. As ideias vinham da dança, do movimento do corpo, e meu trabalho de formatura acabou sendo esculturas de cerâmica, baseado nas formas da silhueta feminina.

Mesmo na faculdade continuei dançando com um grupo profissional. Além de dançar passei a representar na minha arte essa paixão.

Como artista plástica comecei atuar depois que voltei para Mogi Mirim, buscando um hobby, atuava profissionalmente na área da publicidade. E comecei a fazer aulas com a artista Vera Ferro em Mogi Mirim. E ela me incentivou a investir na área da arte-educação e a participar de salões de arte e exposições individuais e coletivas.

Assim deixei a publicidade e passei a estudar e me dedicar as artes plásticas.

 

LAM - Quais influências foram predominantes na sua escolha pela profissão artística?

 

A apreciação e vivências com a arte.

Inicialmente com a dança passando pelo desenho e me descobrindo no ato de criar com vários materiais e suportes.

Já a arte educação foi o amor em ensinar o prazer da criação sem amarras que me levou de volta à universidade em busca de conhecimentos e a descoberta de muitos caminhos para criar.

O Livro Do Espiritual na arte de Wassily Kandinsky, os de Fayga Ostrower, e as cores de Paul Klee e Matisse sempre foram inspiradores.

 


LAM - Você é bacharel em Comunicação Social e mestranda em Artes pela Unicamp. Qual a pesquisa que você está se propondo em realizar na sua dissertação de mestrado?

 

Com a busca por uma profissão me deparei com a faculdade de Comunicação Visual no Instituto Mackenzie. Um curso no qual durante 3 anos em período integral, tive oficinas de cerâmica, fotografia, modelo vivo, marcenaria e serigrafia além das matérias teóricas como história da arte e outras.

O prazer de desenhar que sempre tive se tornou um caminho profissional na área da propaganda.

A minha pesquisa para o mestrado foi sobre a influência da arte na educação social e pessoal da criança. Como a arte abre novos caminhos e ajuda a pessoa enxergar novas soluções em todas as áreas da vida. Realizei essa pesquisa com os alunos do meu ateliê, da rede pública e da rede particular de ensino. Não terminei a tese por motivos de saúde da orientadora. E acabei por terminar várias pós graduações e usar esse estudo na minha vida profissional.

 

LAM - Você realizou muitos cursos de História da Arte no MASP, de Arte Contemporânea na USP, de fotografia, aquarela, entre outros tantos. Fala pra gente dessa experiência.

 

Ah, minha curiosidade não tem fim, até hoje leio, assisto cursos online, pesquiso assuntos que me interessam.

Sou observadora da vida humana e principalmente da mulher e cada técnica que vejo quero aprender, usar e misturar com o que faço.

Isso me levou até o artista Carlos Fajardo, fiz 5 cursos com ele durante 3 anos, foi pura arte, abstração, simbologias, representações bi e tridimensionais.

Foram momentos de descobertas, novas maneiras de expressão e sempre com muito estudo e fundamentação teórica.

A cada curso novas ideias, novas representações, novas descobertas. O que sempre predomina é o tema, o perfil feminino e a natureza, a vida.

 


LAM - Você é professora de Educação Artística, desenho e pintura. Fala pra gente dessa sua atividade.

 

Comecei a dar aulas por incentivo da Vera Ferro que tinha vários alunos aqui em Mogi. Mas mudou-se para Campinas e pediu para eu pegar algumas crianças para ensinar um pouco da minha arte. Gostei tanto que fui estudar, fiz outra graduação com licenciatura em Artes Visuais plena e fui ensinar na escola municipal e particular, ampliando o número de alunos e meu aprendizado com cada um deles.

Desde que comecei a ensinar sou voluntária em entidades sociais e mantenho bolsistas no ateliê até hoje.

O que me traz um retorno que a arte é um caminho, algumas dessas crianças hoje são bons profissionais da área.

A cada aula eu me via mais envolvida e interessada na arte, sempre pesquisando, buscando maneiras diferentes de mostrar e ensinar a arte. E o mais curioso é que quem mais aprendia sempre era eu, cada turma, cada aluno devolvia resultados diferentes o que é fascinante, o mesmo estímulo desenvolver várias soluções. Algumas eram comuns, mas sempre apareciam resultados inusitados que me surpreendiam. Aliás ainda hoje me surpreendo com alguns.

 

LAM - Você atua no Ateliê Companhia das Artes de Mogi Mirim, em São Paulo. Como se dá essa sua atuação?

 

Montei meu ateliê e lá continuo ensinando e mostrando a importância da arte na nossa vida. Um lugar onde se respira arte, um ambiente de paz, reflexão e criação. O meu ateliê se tornou referência no ensino da arte, tendo outros cursos, como mosaico, história da arte, cerâmica, pintura em seda, por vários anos, hoje se mantém o de Tear Manual além das minhas aulas.


 

LAM - Você integra o grupo Gentamiga Ateliê. Conta pra gente essa experiência, os integrantes, a proposta grupal e como foi que tudo começou?

 

Na pandemia de 2020 a diversão foi fazer cursos online e um deles foi Arte Contemporâneos 60+ no MAC-USP. E do grupo que começou sobraram 6 até o final. Quando o curso encerrou combinamos de continuar a nos encontrar no mesmo horário e produzir, trocar ideias e conhecimentos. Esses encontros continuam até hoje e o grupo se tornou Ateliê Virtual Gentamiga, nome dado pelo nosso poeta Luiz Alberto. Os 4 que moram no Estado de São Paulo se conheceram na bienal de 2023. Somos Rubens e Ricardo de São Paulo capital, Cibele de Ribeirão Preto, Luiz Alberto de Pernambuco, Solange na Alemanha e eu de Mogi Mirim, interior de São Paulo.

E continuamos nossos encontros de 2 horas semanais, fazemos pesquisas, produzimos desenhos. pinturas, gravura, assemblagem e pintura digital, cada um na sua linguagem, com seu material e desenvolvemos temas, releituras, técnicas, sempre todos se apoiando, ajudando, interferindo, mostrando novos caminhos para chegar num bom resultado. E o melhor de tudo um ótimo papo sobre a arte em geral.

 

LAM - Você já realizou uma série de exposições individuais e coletivas. Conta pra gente como foi a vivência nessas suas participações.

 

Bom, quando gostamos de um trabalho queremos mostrar, ver a reação dos espectadores. Toda exposição tem essa observação do artista, é prazeroso e emocionante cada ação ou reação a sua obra. Eu curto a preparação, a busca de uma coerência entre as obras expostas, um fio condutor que leve cada visitante a uma viagem especial. É assim que preparo cada exposição que realizo.

 


LAM - Você agora realiza a exposição “Entre linhas e cores a luz vibra na saudade”, no Museu de Arte de Mogi Mirim, em São Paulo. Conta pra gente qual a sua expectativa com esta iniciativa?

 

Espero que aconteçam belas viagens. Não é só uma retrospectiva, e sim um retorno à arte, à produção, à busca do fio condutor da emoção, da expressão do perfil feminino. Muitos momentos para serem vividos e lembrados surgem de uma imagem, que hoje são lembranças, saudades e trazem ao presente um reinicio, uma retomada, um meio de sobrevivência e vivência. Ė o passado alimentando o presente, um presente de muita emoção. São muitas experiências, vivências representadas com linhas, formas, figuras, símbolos e cores, deixando a luz da vida surgir através dessas imagens.

 

LAM - Quais projetos artísticos você tem por perspectiva de realizar futuramente?

 

Tenho vontade de criar, pesquisar e representar ideias que surgem no dia a dia, nas emoções da vida, nos encontros e desencontros que trazem novas vivências, são meus estímulos para buscar e realizar novos projetos.

Um bom exemplo são os encontros no Ateliê Gentamiga que não deixa ninguém desistir da arte nem dos amigos.

Quero criar pinturas e objetos sobre a finitude da vida. Tenho lido sobre esse tema, assistido palestras e, principalmente, vivido isso com meus pais, sogros e família. Não tenho pressa, só vontade e curiosidade por enquanto. A vida está trazendo muitas vivências que tento registrar como boas memórias, para que elas se transformem em arte.

É isso, Luiz, você fez eu parar e colocar em palavras muitas coisas guardadas no coração. Muito obrigada pela oportunidade.

 


Veja mais da artista Márcia Gebara aqui & aqui.


 


segunda-feira, junho 02, 2025

A POESIA DE WELLINGTON BATISTA DA SILVA

 

 

EU SOU NORDESTE EM CARNE E OSSO

 

Quando digo que sou nordeste

Não estou querendo aparecer

Porem você precisa perceber

Uma grande região

Não somos melhores que ninguém

Porem não podemos fica além

Tudo aqui se produziu

Somos o berço do Brasil

Como escreveu Amaro Matias

Homem forte e alegre

Com cara de nossa gente

Ele pensava para frente

Em tudo que produziu

Então respeite meu nordeste

Somos o berço do Brasil

Descoberto ou invadido?

Essa é sempre a pergunta

Respondemos com nossa luta, Força e suor

Não precisamos de dó

Das outras regiões

Em cada Estado

Uma historia

Com um passado de gloria

Sendo velho ou sendo novo

Então respeita o meu Nordeste

Que temos a força de um grande povo

 

POVOS ORIGINÁRIOS

 

Tudo isso aqui é meu

Seja rio, planície ou serra

A floresta é minha casa

Pois sou o dono desta terra

 

Hoje me chamam de invasor

Arrancaram tudo do meu peito

A proteção do meu lugar

Hoje, dizem que não tenho direito

 

Não tinha norte nem sul

Venerávamos a natureza

Guiávamos pelo céu

Com toda sua beleza

 

Vieram, destruíram tudo

Massacraram muito de nós

No entanto, somos resistência

Jamais vão calar a nossa voz

 

É preciso nos chamar pelo nome

Não esconder a nossa gloria

Somos os povos originários

Não deixe apagar nossa história.

 

DESISTI NUNCA FOI UMA OPÇÃO

 

Quem conhece minha caminhada

Sabe que cada passo

Me leva mais próximo dos sonhos

Desistir nunca foi opção

Tenho raízes na luta

Tenho sangue nobre de guerreiro

Tenho que sobreviver sem medo

Seguir sem desespero

Terras para cultivar

Seja fértil ou não

Posso não ser rima

Nem alegria

Agora no final

Sou apenas uma breve poesia

 

CASOS EM SILENCIO, QUE SEMPRE ASSUSTA

 

O silencio que grita

Em uma violência geral

Com adolescente e criança

Que e um profundo mal

Precisamos denunciar

Esse crime que é real

 

Não tem cor, nem classe

Muito menos idade

Os dados são assustadores

Em uma profunda maldade

Precisamos combater

Para mudar a realidade

 

Muitos abusos ficam impune

Sem denuncia e nem notificação

A vítima chora escondida

Indefesa e sem ação

Esse crime e muito grave

Vamos livrar as crianças dessa grande aflição

 

A juventude e a melhor fase

Para adolescente e criança

Vamos combater o abuso

E levar mais segurança

Isso é muito importante

E o caminho para a esperança.

 

GENTILEZA

 

Uma manhã não é um momento qualquer

É a benção da vida, pois você acordou

Simplesmente agradeça

E espalhe o amor

 

Se não espalhar flores

Deixe um sorriso, que é bonito

Essa simples gentileza

É um caminho para o infinito

 

Se não escreve nos muros

Publique em seu coração

A semente do amor

E com todos tenha sempre compaixão

 

Todo carinho é importante

Enche o mundo de beleza

Praticando sempre o bem

Onde gentileza e o que gera gentileza

 

Não precisa ser profeta

Precisamos mais empatia

Espalhando pelo mundo

Com nosso simples bom dia.

 

BULLYING

 

Começou a Chamar de bullying

Esse termo em inglês

Que representa humilhação

Isso não é muito cortês

Precisamos de consciência

Para eliminar de uma vez

 

É um ato criminoso

Causa grande perturbação

Não deve brincar com isso

Pode gerar confusão

Precisamos agir rápido

E ter uma grande atenção

 

Bulliyng está na escola

Também está no emprego

Quando se é vítima desse mal

Muitos não tem mais sossego

 

AMOR PERFEITO

 

Tem amor que nos deixa a flor da pele

Mesmo que não seja perfeito

Tem amor que nos invade

Pessoa amada não existir defeito

 

O amor ideal é um premio

O não correspondido é uma dor

Pessoa se sacrificam

E outras morrem de amor

 

O que sinto por você

Não tem definição

O que posso te dizer

Que vem do coração

 

Ele pode ser perfeito

Ou não correspondido

Mesmo que por ele morra

Amor tem que ser vivido.

 

COMO NÃO PENSAR EM TI

 

Seu perfume é o culpado

Pode ser a luz do seu olhar

Não sei ao certo o motivo

Só que não deixo de te amar

 

Pode ser seu jeito simples

Seu ciúme ou seu calor

Não sei o que realmente é

Só que me derreto de amor

 

Já se foram 20 anos

Desejo que virem duzentos

Sei que a vida passa

Você sempre vai está nos pensamentos

 

A vida é ótima com você

Para sempre e profundo

Não importa se é 20 ou 200

Vou sempre te dar o maior amor do mundo.

 

PERDÃO

 

Quando eu pedi dê-me

Não é um desejo, é uma ação

Preciso dele para seguir

Vir aqui pedi o seu perdão

 

Perdoar é um elemento

Que todos precisam dar

É um ato necessário

Para que eu possa caminhar

 

Um ato de amor

Nos tornando generoso

Um momento de crescimento

Que nos deixa tão honroso

 

O perdão nos faz crescer

Sabemos o que ele faz`

É o caminho mais seguro

Para quem quer encontrar a paz.

 

ISSO É O AMOR

 

O amor é um sentimento sublime

Em nome do amor tudo se fez

Por falta de amor, tudo se desfaz

Mover montanhas, só amor é capaz

O amor constrói pontes

Derruba qualquer barreira

Não importa a distancia

É para a vida inteira

O amor tem muitas formas

Tem vários significados

Pode consertar defeito

Arrumar o que está quebrado

Tudo isso é o amor

No real ou na fantasia

Perpetuou as histórias

Contadas no dia-dia.

 

PRESENTE

 

Ninguém pode explicar

É um amor diferente

Te pegar em meus braços

Foi o meu maior presente

 

Olhando filtrava minha alma

Uma linda imagem

Não falava nada

Trazendo uma imensa mensagem

 

Só que sentiu pode descrever

Um sentimento fiel

Quando abriu seus olhinhos

Lindo e feito de mel

 

Não segurei as lagrimas

Me trouxe uma imensa paz

Suas primeiras palavras

Foi me chamar de papai

 

WELLINGTON BATISTA DA SILVA – O professor Wellington Batista da Silva é graduado em História (Famasul, 2007), pós-graduado em Ensino de História pela UFRPE e MBA em Gestão do Agronegócio pela Unialsselvi. Foi professor da Escola Técnica Estadual de Palmares e da FAMASUL/AEMASUL, atuando atualmente na Escola Ivonete Ferreira Lins, em Palmares, e no Centro Educacional Emmanuela Figueredo. É mestre em Ensino de Filosofia, por conta da dissertação de mestrado apresentada à Universidade Federal de Pernambuco-UFPE, com a temática Emancipação Humana e Indústria Cultural: Uma análise crítica a partir do contexto da sala de aula e os produtos das novas mídias sociais, defendida sob a orientação do professor Dr. Anderson de Alencar Menezes. O estudo traz a sua trajetória desde a Escola Arthur Coutinho, no Engenho Gravatá, na Escola Pe. Francisco, na Escola Joao Vicente de Queiroz, na Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul (Famasul) e na UFRPE com toda coordenação do Pro-Filo, em 2003. Atualmente está cursando o curso de pós-graduação em Gestão Escolar pela UPE. É poeta, compositor e filósofo. Veja mais aqui & aqui.