sexta-feira, novembro 30, 2007

TATARITARITATÁ: AS PREVISÕES DO DORO PARA 2008



Gentamiga dos festejos natalinos e do ano novo!
O intrépido e apaideguado Doro inventou de fazer as previsões para 2008 de todos os signos. Trago aqui, em primeira mão, as previsões para você. Confira e divirta-se.

PEIXES
AQUÁRIO
CAPRICORNIO
SAGITÁRIO
ESCORPIÃO
LIBRA
VIRGEM
LEÃO
CÂNCER
GÊMEOS
TOURO
ÁRIES

Veja mais no Tataritaritatá!

quarta-feira, novembro 28, 2007

NEILA TAVARES



A atriz, escritora, jornalista e apresentadora de televisão, Neila Tavares concedeu um entrevista exclusivíssima pra gente. Ela que atuou no teatro, cinema e televisão, também já colaborou com a Folha de São Paulo e escreveu para revistas como Pais & Filhos, Mulher de Hoje e EleEla. Na tv ela apresentou programas de entrevistas na extinta Rede Manchete e na TVE Brasil.

Veja a entrevista de Neila Tavares.

terça-feira, novembro 27, 2007

CLAUDIA TELLES



Gentamiga,
A CLAUDIA TELLES é uma estrela lindíssima, daquelas que brilham para satisfação do nosso coração. Além disso, é uma excelente intérprete. E, também, compositora. Uma artista admirável, não bastando ser quem é: filha do violonista Candinho e da cantora Sylvinha Telles. Ela concedeu uma entrevista exclusiva pra gente. Confira.

Veja a entrevista de Claudia Telles e o seu site. Veja mais Música.

segunda-feira, novembro 26, 2007

KATIA SAULES



Gentamiga,
a atriz Kátia Saules está de site novo com muitas novidades em vídeo, fotos, teatro, tv e notícias. Ela concedeu uma entrevista exclusiva pra gente falando de sua carreira e suas perspectivas.

Veja o site e a entrevista dela. E mais Tataritaritatá!

quinta-feira, novembro 22, 2007

TCHELLO D´BARROS



Tchello d´Barros é poeta, escritor, artista plástico e ator catarinense, que começou a vida sendo premiado com desenhos, até realizar exposições no Brasil e no exterior, participa de antologias poéticas, publica livros, atua no teatro e milita nos mais diversos eventos culturais e artísticos, a exemplo de chegar a presidir a Sociedade Escritores de Blumenau. Mesmo com a sua vida intensa de trabalho e realizações, visitando Maceió, eis que nos encontramos numa tarde de fevereiro e conversamos despojadamente sobre seu trabalho, arte e vida.

Veja a entrevista no Guia de Poesia. E vem aí o REVEILLON TATARITARITATÁ!!!

quarta-feira, novembro 21, 2007

ENTREVISTA ROGEL SAMUEL



Desenho de Roberto Magalhães

Rogel Samuel é poeta e escritor amazonense. Quer dizer, poeta, romancista, cronista, webjornalista e colunista do Blocos On Line. Também é professor aposentado adjunto doutor do Departamento de Ciência da Literatura na Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Confira a entrevista que ele concedeu ao Guia de Poesia - O diferencial humano.

LAM - Rogel, quando foi e como se deu o encontro entre o amazonense filho de francês com brasileira e neto de rico comerciante da borracha com as artes, notadamente a Literatura?

Primeiro é bom saber: nasci pobre e não vi a riqueza de Maurice Samuel. Nasci na decadência. Você nem imagina com quem comecei: foi com Camões... Num livro didático de infância havia um trecho da Elegia que começa assim:

"Poeta Simónides, falando ? co capitão Temístocles, um dia..."
O trecho diz:
Oh ! lavradores bem-aventurados !
Se conhecessem seu contentamento,
como vivem no campo sossegados !
dá-lhes a justa terra o mantimento,
dá-lhes a fonte clara a água pura,
mungem suas ovelhas cento a cento.
não vêem o mar irado, a noite escura,
por ir buscar a pedra do Oriente;
não temem o furor da guerra dura.
Vive um com suas árvores contente,
sem lhe quebrar o sono sossegado
o cuidado do ouro reluzente.

E por aí vai. Eu fiquei muito impressionado. Até hoje tenho emoção com a simplicidade dos versos, a evocação. Foi Camões quem me despertou, veja só. E depois, Manuel Bandeira. Li menino. O texto de Camões está no nosso blog.
Depois ganhei uma antologia, que até hoje considero a melhor: «Obras primas da poesia universal», de Sergio Milliet. Editora Martins. Esgotada.

LAM - Quais as influências da infância e adolescência marcaram a formação dos primeiros versos, primeiros escritos, considerando a publicação do seu primeiro poema num jornal nessa fase da sua vida?

Sim, comecei a escrever nos jornais de Manaus muito cedo, com 16, 17 anos. Naquela época era assim. Os jornais estavam abertos. Mesmo para o que não prestava. Eu me lembro de uma página muito curiosa de «O jornal do comércio», órgão dos Diários Associados em Manaus, de 16 de abril de 1961, em que há um conto meu chamado «Sofia», ao lado um novo poema de Drummond, em baixo havia uma crônica de Guilherme Figueiredo e no rodapé um artigo de Sergio Milliet, intitulado «O dia amanheceu cantando». Eu tinha 18 anos. O jornal era dirigido por Felipe Daou, ainda vivo. Aquele pessoal era mesmo irresponsável.

GP - Apesar de escrever seus versos desde a adolescência, você, pelas suas publicações, começa com Crítica da Escrita, em 1979. A poesia ficou de lado ou o professor que se impunha? Este é o resultado de seus estudos e trabalhos na universidade?

Quando me mudei para o Rio, em 1961, publiquei muito pouco. Lembro-me de artigo no «Correio da manhã», que não tenho, e pouca coisa mais. Eu estava mal acostumado: em Manaus você vinha com o original e punha na mesa do editor. No dia seguinte aquilo era publicado com destaque. No Rio, havia um clube fechado. Eu tive as portas abertas para a televisão, através do irmão de uma amiga de Manaus que dirigia a parte comercial da TV Rio, onde trabalharam na mesma época, creio, o Bôni e o Valter Clark. Trabalhei na redação muito pouco tempo e larguei. Era à noite, eu tinha faculdade de manhã. Burrice, talvez. Virei professor. Não procurei mais os jornais, não sou bom vendedor de mim mesmo.

GP - Um fato, eu conheci você primeiro pelo "Manual de teoria literária" na época em que eu fazia Letras, por volta de meados da década de 80, por ai, salvo engano. Hoje esta obra está já com 14 edições. E também, depois, o agradabilíssimo "O que é Teolit?". Como se encontrava o poeta enquanto professor?

Não se encontrava. Eu fui fazer letras porque era assim que eu supunha ser a formação do escritor. Um dia um amigo meu, o Nathanael Caixeiro, que fazia traduções, me apresentou ao pessoal da Vozes. Assim nasceu o "Manual de teoria literária". Anos depois, publiquei ali os três volumes de «Literatura básica». Foram livros com vários autores, que coordenei. Um dia mandei um projeto para os «Primeiros passos», da Brasiliense. O projeto era um livrinho: «O que é teoria literária». Depois de várias tentativas, o livro não saiu, porque invadia o conteúdo de outros títulos. Acabou sendo publicado pela Marco Zero, na época pertencente ao Marcio Souza, como "O que é Teolit?". Publiquei mais 2 livros por conta própria: «Crítica da escrita» 1981; e «O Amante das Amazonas», 1992. Hoje tenho dois livros na praça. O «Novo manual de teoria literária» (Petrópolis, Vozes, 2002. 158p), que está em 3 a edição, livro só meu, atualizado com as modernas teorias. E «O amante das amazonas» (Belo Horizonte, Itatiaia, 2005, 164 p.), que não é só a 2 a edição, mas é um livro revisto. Além disso, houve «A linguagem e a idéia no discurso poético» (Rio de Janeiro, Faculdade de Letras, 1978, dissertação de Mestrado) e «A reconstrução da subjetividade no grande sertão» (Rio de Janeiro, Faculdade de Letras, 1983. 290 p., tese de Doutorado, nunca publicada).
Como professor dei todo tipo de aula: para escolas particulares pobres do primeiro e segundo graus, cursinhos, no subúrbio, em escolas de ricos, no estado, no município, em faculdades particulares.
Para sobreviver dava aula de manhã, de tarde e de noite. Fui professor de latim. Estudei na UFRJ, no Rio de Janeiro, onde fui aluno de Alceu Amoroso Lima, Matoso Câmara, Afrânio Coutinho, Anísio Teixeira. Fiquei uns 10 anos sem publicar, nesse período. Depois, ingressei por concurso na UFRJ, fiz mestrado e doutorado. E me aposentei. Hoje só escrevo.

GP - O poeta aparece publicado só em 90 com "Poemas" e depois com "120 poemas". Fala dessa experiência e resultados desses projetos.

«Poemas» foi uma bela edição artesanal. Os «120 poemas» é um folheto impresso, tenho até hoje. Eu nunca parei de escrever poesia, desde a adolescência até os meus atuais 63 anos. Mas nunca consegui ter confiança no que fazia. Acho que o poeta tem de ser um louco irresponsável e não se avaliar muito. Estou pensando em colocar todos poemas num site, ou publicar em livro.

GP - Como escritor, eu vi o seu "O amante das amazonas", um livro interessantíssimo que li de um fôlego só e onde você mistura ficção e realidade com uma narrativa bem gostosa. Este livro inclusive recebeu sua segunda edição recentemente. Fala do processo de criação, expectativa e resultados com este seu projeto?

Foram dez anos de trabalho, mais de 100 livros lidos e dez versões. Mesmo essa segunda edição foi revista. O livro tem aquilo que você viu, é um mar de estórias em torno daquele Palácio construído no meio da selva. Primeiro fiz uma pesquisa, entrevistei pessoas que ainda se lembravam dos fatos. Li cerca de 100 livros. Depois, devido ao excesso de informações fiquei perdido. Aí resolvi contar para um gravador. Depois de ouvir muitas vezes, voltei a narrar no gravador. Então fiz as várias versões escritas, quase dez. Há algo de romance policial ali, além de ficção científica.
Quanto ao processo de criação... bem, é melhor escrever do que ler um romance. Ao escrever um romance você tem todas as possibilidades do mundo. Porque o mundo não existe, ali: você tem de criá-lo.
Tenho vários projetos. E vários livros escritos na gaveta. Meu único problema é que escrevo muito devagar e trabalho muito o texto. Como nunca fico satisfeito acabo criando várias versões do mesmo livro e perco muito tempo. Tudo meu leva vários anos para sair e a vida é curta. Mas cada livro ganha uma técnica especial só dele.
A minha «obra» literária publicada, aos 63 [na época] anos de idade, é muito pequena. O que eu mais publiquei foram contos e crônicas. Recentemente voltei para os livros maiores.

LAM - Rogel, além de professor aposentado, poeta e escritor, você também é webjornalista e escreve regularmente para sites e portais da Internet. Fala, então, da importância da Internet na difusão do seu trabalho.

Vejo na Internet o futuro da literatura. Liberta o escritor da grande media, dos editores. O escritor logo encontra seus leitores ali. Estou publicando minha próxima novela ali, na Internet. Não passo sem Internet. Entro na Internet várias vezes ao dia. Meu mundo hoje é o mundo da Internet.

GP - Qual a avaliação que você faz desse veículo Internet na relação do escritor com o leitor? E desta com o trabalho impresso e frente a frente com o leitor?

Gosto da Internet porque esta média me levou a retomar o que eu poderia chamar de meu público e minha obra. Escrevi uma centena de artigos em jornais impressos, e muito mais na Internet. Penso que o livro vai-se tornar cada vez mais caro, e a web será o grande veículo do futuro. Para a música também. Eu gostaria de ver o Ministério da Cultura disponibilizar toda a obra de Villa Lobos em mp3, mesmo pagando ele os direitos autorais. Porque é muito difícil ouvir certas coisas. Hoje sou um escritor da rede. Se você colocar meu nome num site de busca vai-me encontrar.

GP - Você mantém na rede um sítio pessoal onde publica seus trabalhos literários, livros e, ainda, apresenta um diretório de autores. Qual a proposta deste diretório?

A princípio era uma antologia de vários autores. Tem vários anos. Tentei fazer um site de literatura de qualidade, porque na época não havia. Há livros inteiros. Há clássicos ali, e livros raros. Meu site tem muita música clássica, em midi. Fui o primeiro a publicar autores amazonenses da Net. Tenho colunistas. E escritores cativos. A grande poetisa portuguesa Maria Azenha às vezes me manda de Lisboa um poema acabado de escrever.

GP - Qual a avaliação que você faz da atual Literatura brasileira?

Há muita gente boa, mas a divulgação não se dá na grande media. Acho que os grandes poetas do presente só serão conhecidos daqui a muitos anos. Os grandes ficcionistas brasileiros jovens ainda não confiam na Internet. Conheço uma boa escritora que tem 5 excelentes romances para publicar. Eu disse para ela: publique na Internet. Mas o pessoal tem medo de perder a autoria. O que é um medo sem fundamento. Mesmo o livro impresso pode ser copiado. E é muito difícil encontrar um editor. E, sendo editado, é muito difícil vender o livro. É muito difícil fazer chegar o livro nas livrarias. Tudo é muito difícil na vida de um escritor. Eu escrevo há 40 anos, sei disso. Alguns tem sorte, fazem sucesso fácil. Mas o sucesso fácil pode ser enganoso. Mesmo os que fizeram muito sucesso um dia podem cair no esquecimento, depois. Eu poderia citar vários casos. Entretanto, o escritor tem de ter sucesso de alguma forma, isto é, público. Nós escrevemos para alguém. A não ser que seja um escritor que se julgue um gênio tal que escreva para o futuro. Um louco. A atual literatura tem muita gente boa. Em cada estado brasileiro você encontra uns 10 bons escritores, nem sempre eleitos pela media. Os grandes jornais só privilegiam a literatura estrangeira. Mas estão perdendo prestígio para a Internet. Os estudantes universitários só pesquisam pela Internet, não pelos jornais. Eles são os nossos grandes leitores, hoje. Você precisa ver como o Canadá promove os seus escritores. Nas livrarias eles estão na frente. Portugal os divulga no mundo. O governo espanhol mantém uma verba especial para a «nova poesia». O governo alemão compra parte da edição de todo escritor alemão, para incentivar. Há uma verba para a aposentadoria dos escritores. Nas bibliotecas, a consulta a escritores alemães é paga. Muitos governos se orgulham de seus escritores. O Brasil nada faz. Aqui o escritor não tem prestígio. Se você está em Paris e alguém pergunta: «O que você faz?», responda «Sou escritor». Será olhado com muito mais respeito.

GP - Como professor aposentado, você acha que a universidade tem cumprido o seu papel na formação dos que ali chegam e se tornam graduandos?

Algumas universidades de bom nível, talvez. Mas o bom aluno independe da Universidade. A universidade mudou muito. Está em crise.

GP - Como viajante, quais são seus planos? Fale de suas viagens.

Sim, sou um viajante nato. Gastei tudo que tinha em viagens, inclusive o fundo de garantia. Fui 2 vezes à Austrália, 3 vezes ao Nepal, várias vezes à Europa, várias vezes aos USA e ao Canadá. Foram viagens de longa permanência, sozinho. Certa vez fique 2 meses e meio no Nepal. Ou 2 meses no interior da Austrália. Creio que fui 17 vez ao exterior e viajei muito pelo sertão e pelo interior do Amazonas. Viajei de carro, trem, barco. Hoje estou mais devagar. Falta energia física. Além disso o mundo está em guerra... Lembro-me que, logo após a 11 de setembro, fui a Los Angeles: fui examinado pela polícia várias vezes no caminho. Um amigo meu estava no Oriente e de repente se viu no meio de uma guerra! Passei sobre o Iraque depois da primeira guerra do golfo e vi os campos de petróleo em chama. Estive no Aeroporto do Paquistão e me impressionou aquele país. Hoje é um pouco perigoso viajar como sempre fiz, sozinho. Além disso, há assaltos até em Paris.

GP - Quais os projetos que Rogel Samuel têm em mente por realizar?

Estou trabalhando em «A história dos amantes», que está saindo na Internet, em http://www.blocosonline.com.br/home/index.php É um texto antigo, todo re-escrito. Conta a vida de jovens na década de 60, sob a ditadura militar.

Entrevista concedida em 2002 para o Guia de Poesia – O diferencial humano. Veja mais Rogel Samuel aqui, aqui e aqui.


terça-feira, novembro 20, 2007



Gentamiga,
No Orkut existem duas comunidades que a Mirita Nandi, a Ana Bia Luz e a Derinha Rocha fizeram pra mim.
Quero aqui, portanto, agradecer a elas e a todas as pessoas que participam: MUITO OBRIGADO.
Beijabrações
Luiz Alberto Machado

Veja as Comunidades LAM1 e LAM2. E vem aí o Reveillon Tataritaritatá!!!

segunda-feira, novembro 19, 2007

PALMARES



PALMARES

Luiz Alberto Machado

Uma cidade esta
A morada abissal nos quilombos da noite Zumbi
Ou uivo de coruja de todos os presságios
Alalaôs de todas as festas
Orações de todos os templos
Correio de todas as notícias
Arena de todas as lutas vencidas, perdidas, mal-choradas,
Terreno surpreso de todas ignóbeis sentenças de vida
Que se descoram e se colorem a cada anátema dos deuses
Eu guardo em meu cofre
Todos os teus impérios de fome e luxúria
Tua desprezível ingratidão
Contemplada nos tapetes de pelúcia que te completam
E te arruínam rodeada de penúria
Festejando andores que fabricam as incontestáveis beatitudes
Aureoladas nas noites insones
Que te deixam morrer e ressurge em cada copo mal-tomado
Como sudário de tua manifestação
Uma cidade esta
Dos deuses do barro suspensos nos tronos inflamáveis
De lazarentos apodrecidos nos porões de tua riqueza roubada
Que cantam cantigas do tempo do ronca sob um sol escasso e
débil
Dos arcabuzes, mosquetões e pistolas ressoando seus estrépitos como saudando a vida disfarçada, o plantão do inverno nos ventres tristalegres e boquifamintos que inventariam teu espolio do mais completo bestiário canhestra de todas as vidas
O teu gen ressecou antes mesmo de caminhar pelas orlas estelares em formas do teu organismo carcomido e prostituído das seqüelas da vida que não mais retalham teus dramas porque são doces quimeras impetradas ao sigilo do teu crepúsculo
Porque são tirânicas as ousadias engastadas ao sibilo de tuas chuvas desmoronando sangue – a comiseração por todas bestificadas ruindades indiferentes que te redundam na mais completa insolência de justiça.
Uma cidade esta
Teus porões jamais revolvidos teriam muito mais que sujar toda tua cara e apodrecer-te nas mais inexoráveis das balanças, mas mesmo assim te guardo em meu seio como quem guarda a amante após a chuva dos desejos e te desejo como quem vai dormir ao relento dos cobertores e te venero como a um súdito esconjurado, pois não te jogaria uma pedra porque não as tenho no coração. Mas te daria meu aconchego porá poder sonhares teus erros e remediá-los com as meizinhas e ungüentos que guardo ao bolso e te sentiria, não como um carrasco, mas como um filho sem seio na anciã de amamentar.
Sou todos os teus brejos e imundícies
Sou eu que sofro com a tua agonia sabendo que ela não é minha, mas a te me dou e guardo em meus cofres o teu segredo.
Guardo tuas praças, ruas, becos e memórias.
Guardo santificadamente todos os teus desvarios e todas as tuas relíquias de bondade. E com amor todas as noites deito-me em teu corpo e ouço a voz de tua indignidade me falar sob as olheiras, o bafo da cachaça, o fumo, a tua ressaca, o teu pouco sol, a tua grande noite.
Eu tenho o teu desespero na carne e o teu desassossego no sono que me foge noite a noite na tua madrugada insidiosa, no teu crepúsculo suicida.
Eu tenho em mim todos os teus dotes, inventario teu espolio como um deserdado, mas sempre guardando a tua marca em meu peito e te tenho e sou pouco.

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. In: Canção de Terra. Recife: Bagaço, 1986.

Veja mais Palmares.

sexta-feira, novembro 16, 2007

MÚSICA, TEATRO & CIA



Gentamiga,
No meu blog Música, Teatro & Cia você fica por dentro de shows, espetáculos, exibição cinematográfica, debates, oficinas, cursos, lançamentos, dentre outros eventos do universo musical, teatral e afins.

Confira as dicas do Música Teatro & Cia.

quinta-feira, novembro 15, 2007

SONIA MELLO



Gentamiga,
SONIA MELLO é uma maravilhosa cantora que surgiu alguns anos atrás, quando gravou 4 lps cantando músicas de Roberto & Erasmo Carlos, sendo, por isso, considerada a melhor intérprete da dupla. Ela agora está de volta e se preparando para lançar seu cd, "DESTINO" que conta com uma música inédita de Roberto Carlos, Cena Muda, feita especialmente para ela. Além disso, o cd promete novidades, aguarde. Dentre elas, uma das minhas canções AURORA com sua voz irretocável, arranjo de Guga Mendonça e um clipe com arte da Derinha Rocha. Também um outro clipe de AURORA. Por enquanto, para ter uma idéia do talento e voz desta excelente cantora, acesse: www.myspace.com/soniamello e lá você vai ter o prazer de conhecer parte do seu trabalho. Da minha parte, eu digo: além de ser uma extraordinária pessoa que mora no meu coração, esta geminiana que também é pernambucana como eu, é uma cantora magnífica e dona de uma voz privilegiada que merece destaque na música brasileira. Confira: www.myspace.com/soniamello. E veja + Música.

Beijabrações
Luiz Alberto Machado

quarta-feira, novembro 14, 2007

RÉVEILLON TATARITARITATÁ



Gentamiga,
Antecipando procê uma pequena mostra do que será o Reveillon Tataritaritatá:

AMOR IMORTAL
FOLIA CAETÉ
SANTA FOLIA
ALVORADA
&
MANGUABA

Fazendo um ano novo melhor para você!!!

Veja mais Tataritaritatá. E + Música.

Beijabrações
Luiz Alberto Machado

terça-feira, novembro 13, 2007

ROGÉRIO MANJATE



Dormi ontem meu corpo de sal vida de eco que o vento recusa entrevistas. No avesso da noite os xikwembus dançam a festa do fogo até envelhecer-se o chão e os olhos moem a fome que resta na chuva. Nos caminhos do longe que construi na palma da minha mão não cabe o carinho de arame do mufana que me levava ao exilio. Adensa-se a ferrugem na minha vontade de pássaro suspende-se o meio-dia na sombra do girassol falta virgindade no silêncio a noite foi à luz amanhã a cárie ataca o sol e o que era sonho vira mentira. Acordei os poetas! E as aves, Maria, cheias de graça espreguiçam-se no céu” (Rogerio Manjate, Eu mentira? –In: Colectânea breve de literatura moçambicana. Porto: Identidades/Universidade do Porto/Gesto, 2000).

Gentamiga,
O escritor, poeta e ator moçambicano Rogério Manjate, num encontro realizado em Maceió, concedeu entrevista exclusiva num bate-papo na orla de Ponta Verde, falando de Moçambique, poesia, cultura, arte e Brasil.
Veja a entrevista de Rogério Manjate. E mais no Guia de Poesia.

segunda-feira, novembro 12, 2007

FÓRUM DO GUIA DE POESIA



O Fórum do Guia de Poesia é um espaço destinado para o debate, publicação de textos, registros e informações acerca do universo poético e da Literatura. Por isso, o espaço dispõe de seção para Debates, onde os membros trazem questionamentos acerca de assuntos poéticos, literários e de interesse público. Na seção Poema dos Membros estão as postagens dos trabalhos dos membros e convidados. Na seção Eventos estão as dicas de seminários, congressos, encontros, oficinas, cursos e concursos, dentre outros acontecimentos. Na seção Lançamentos estão as dicas de lançamentos poéticos, literários, artísticos e de veículos literários. Por fim, a seção Informações Gerais é destinada a registrar, informar, noticiar e veicular ocorrências poéticas, literárias e artísticas. Confira.

Veja tudo isso no Fórum do Guia de Poesia.

sexta-feira, novembro 09, 2007

TATARITARITATÁ



Gentamiga,
Já está circulando o nº 1 do zine impresso Tataritaritatá com meio mundo de novidades. Se você estar interessada em receber gratuitamente o zine em sua casa, é só mandar um mail para lualma@terra.com.br

Veja mais Tataritaritatá.

Beijabrações
Luiz Alberto Machado

quinta-feira, novembro 08, 2007

MARIA ESTHER MACIEL



Gentamiga,
A poeta, ensaísta e professora de Literatura da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, Maria Esther Maciel, é mestre em Literatura e doutora em Literatura Comparada pela UFMG, com pós-doutorado em Literatura Comparada pela University of London. Ela publicou os livros Dos haveres do corpo (poesia), As vertigens da lucidez: poesia e crítica em Octavio Paz (estudo crítico), Triz (poesia), Vôo Transverso: poesia, modernidade e fim do século XX (ensaios), A memória das coisas – ensaios de literatura, cinema e artes plásticas (ensaios) e O livro de Zenóbia (ficção), dentre outros. Tem vários artigos, poemas e contos publicados em revistas nacionais e estrangeiras. É pesquisadora do CNPq e desenvolve, atualmente, o projeto de pesquisa “Bestiários Contemporâneos – animais na literatura”. Integra também o projeto internacional "Problematizing Global Knowledge - The New Encyclopaedia Project", do Theory, Culture & Society Centre, da Nottingham Trent University (Inglaterra). Ela também concedeu uma entrevista exclusiva para o Guia de Poesia.

Confira a Entrevista.

terça-feira, novembro 06, 2007

GERALDO CARNEIRO



Gentamiga,
GERALDO CARNEIRO é poeta, escritor, letrista e roteirista mineiro radicado no Rio de Janeiro, autor de várias peças teatrais próprias e em parceria com Millôr Fernandes, Bráulio Pedroso, dentre outros; de músicas em parceria com Egberto Gismonti, Francis Hime, Wagner Tiso, de Astor Piazzolla, dentre outros; de roteiros para cinema e televisão, minisséries, dentre elas “O sorriso do lagarto” e “JK”, e de uma poesia que é aplaudida e elogiada pela crítica especializada e público cativo que acompanha sua obra.

Veja o site de Geraldo Carneiro, a entrevista que ele concedeu exclusivamente para o Guia de Poesia e alguns escritos dele no Fórum do Guia de Poesia.

segunda-feira, novembro 05, 2007

NANÁ VASCONCELOS



NANÁ

Música & letra de Luiz Alberto Machado

Ê Naná, ê Naná, ê Naná!

Bate bombo e saculeja, vale tudo, bê-a-bá !

Ê Naná, ê Naná, ê Naná!

Olha o tombo que azuleja, nunca mais um baobá!!!

Vento chama vento, tempo passa e o passo é tempo, manda aqui, manda acolá. E o que é que há na volta da calmaria cada noite em cada dia, tataritaritatá. E venha cá, manda ver lá no terreiro, só na luz do candeeiro o som do côco que é lunar. E manda já longe lá na freguesia um repente de alegria para a festa animar.
Isso vai dar, isso vai dar o que falar. Isso vai é se danar na maior repercussão. Preste atenção, não diga nada não, vai dar loa de chegada, uma a mais na embolada no meio da reinação.

Isso vai pras beiradas do Recife, coisa que nem sei se disse, ou esqueci pelo chão. Isso vai dar revolução, saga de nego santo, sapecada em cada canto descendo do ribeirão.

Isso vai dar num fandango mais que jazz, um mais nove só não faz, não erre na adição. Isso vai dar muita festa lá no céu, rala bucho o tiruléo, bate coxa no baião.

Isso vai dar xote bom no berimbau, troça solta e o escambau, tudo contaminação. Não faz mal não, isso é tudo carnaval, rola do canavial pronde der a ferveção.

Isso vai dar de chegar só na canela, de esborrar pela janela feito fez o Gonzagão. Não vai ter não quem saia ileso dela, batucada descabela do litoral ao sertão.

Ê Naná, Ê Naná, Ê Nana!

Bate bombo e saculeja, vale tudo o bê-a-bá !

Ê Naná, Ê Naná, Ê Nana!

Olha o tombo que azuleja, nunca mais um baobá!!!

O mundo é verde no sertão das memórias, quase choro de emoção com as estórias, quando bate uma saudade. Isso é verdade, coisas do cego Aderaldo, verso dum poema alado num mote vivo a glosar. Nem espiar um caboclo só de lança que as estrelas toda alcança quando reina a dançar. Isso vai dar num roliço dum xaxado, num martelo agalopado, até num maracatu. Vai dar nordeste, muito do cabra da peste bom que só mel de uruçu. Vai dar forró, dar baião e dar fogueira. Vai dar bocó na cirandeira na volta mandacaru. Vai dar no que vai ser e viva São João, viva todos nós então, viva a força do martelo, o forró do seu Antero, o vôo do quero-quero, viva Naná Vasconcelos e tudo que vier de bão.

Ê Naná, ê Naná, ê Naná!

Bate bombo e saculeja, vale tudo, bê-a-bá !

Ê Naná, ê Naná, ê Naná!

Olha o tombo que azuleja, nunca mais um baobá!!!

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.

Veja mais Música.

sexta-feira, novembro 02, 2007

EXCELENÇA



Imagem: Mestiço, do pintor brasileiro Candido Portinari (1903-1962).

EXCELENÇA

Para José Adelino de Moura, líder negro camponês inconteste, assassinado com 32 tiros de rifles pela repressão de Pernambuco em 1948.

Luiz Alberto Machado

Uma excelença para que tua dor escorra pelo coração das gentes de Apodi, Galo, Bomirar, Flexeiras, Fervedouro, Humaitá, Limão, Tabocas, Divisão...
Duas excelenças para que teu grito adube a resistência
Três excelenças para que não estejamos mortos
Quarto excelenças para que teu gesto venha valer o clamor na justiça
Cinco excelenças para que todos armados de luz toquem o boré da esperança
Seis excelenças para que o céu seja o teu caminho e o teu exílio seja menor que os noventa e três dias na caverna da mata
Sete excelenças para que o caldo da cana tenha o teu suor como um rosário na mão
Oito excelenças para que a dejunta e o mutirão sejam a representatividade da comunhão
Nove excelenças para que teu sangue seja o adubo do teu povo
Dez excelenças para que não exista mais sofrimento entre os teus
Onze excelenças para que o sonho de um mundo justo seja possível
Doze excelenças para não dispersar a esperança de que iremos conquistar um mundo novo.

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. In: Canção de Terra. Recife: Bagaço, 1986.

Veja mais acessando:
PRIMEIRA REUNIÃO
A HEDIONDEZ BANAL NOSSA DE CADA DIA
O LAMENTÁVEL EXPEDIENTE DA GUERRA
OS EQUÍVOCOS DOS FILHOS DE CAIM

quinta-feira, novembro 01, 2007

RIO UNA



Imagem: foz do rio Una.

Olá, gentamiga,
Nasci na beira do rio Una, em Palmares – PE. Um rio que nasce em São Bento do Una – PE e desemboca no Atlântico na Várzea do Una.

Veja mais Palmares e Rio Una.

Veja mais Pesquisa & Cia.

Beijabrações,
Luiz Alberto Machado