quinta-feira, janeiro 23, 2014

MATUTO NA INTERNET COCO DE MÁCLEIM



INTERNET CÔCO DE MÁCLEIM - Uma música que aprecio de nunca enjoar é a Internet Côco, do meu amigo músico alagoano Mácleim.
Não sei quando essa música foi lançada, só sei que quando ouvi pela primeira vez virei fã. Aliás, muitas das músicas desse grande artista eu gostei de chapa: tudo de primeira.
Acontece que especificamente essa música foi pivô de um vexame que passei anos atrás, lá pelo início dos anos 2000, por aí.
Estava eu meio lá meio cá dos birinaites pelas bandas no Rio de Janeiro, especificamente na Rua do Ouvidor, quando uma reboculosa linda deu de mexer lá da lonjura com o meu sismógrafo. Veio arrasando quarteirão de me deixar boquiaberto e paralisado. Mas tímido que se preze fica tão abestalhado que quando não faz nada, só faz merda. Fui virando umas e outras para chamar a atenção da danada, mais ganhava sua indiferença, até ela findar feito aquela do grande Luiz Gonzaga: - A danada nem fé d´eu deu!
Aí foi que todo estropiado, fiquei recolhido num canto e rabisquei (já atualizando os dizeres para os dias de agora).

MATUTO NA RUA DO OUVIDOR

Luiz Alberto Machado

E era dela o balanço na lonjura
E com ternura lá eu vi naquela hora
Ela tão linda, ah que é minha Senhora!
Era tão linda, a mais linda criatura.

Alinhei a fivela na cintura
e vi que é essa que eu vou namorador
eu vou glosar de maior embolador
verso de rima, melhor fita da moldura

Ela vinha remexendo na candura
a falar de um troço Facebook
como eu não tinha lá aquele look
eu tava ali como vivo na procura.

Avancei com o vinco na postura
e parti ali de vez pro tudo ou nada
ela vivia com o bico tão danada
sem dar conta que eu tava na mesura.

Não era nada o que eu tinha de estatura
reduzido por ela a sem valor
amargava a gastura do acorçôo
na mais grave e infeliz da desventura.

Se eu me tinha por um rei, imperador
fui destronado por maior do paspalhão
fui rebocado que perdeu o seu cambão
e por senão esbarrei no inquisidor:

- Oh meu deus, onde é que eu estou?
Feito sujeito que não tem menor noção
recebi assim na lata a informação:
- Aqui o Rio, na rua do Ouvidor.

PS: Dias depois, ainda na minha estada no Rio, eis que por razões inexplicáveis fui apresentado à dita cuja que se tornou uma grande amiga. E depois de devidamente apresentada, contaram-na a minha história dos versos, fato que a fez rir demais de tão incrédula. Claro que isso deu muita manga pras nossas risadagens. Infelizmente, já de anos que não a vejo, perdemos contato. Agora, mais de 10 anos depois de tudo é que trago a público, culpa dos meus amigos Jan Cláudio & Eduardo Proffa que me peitaram numa empreitada. Não fosse a proposta deles, esses versos estariam enterrados no esquecimento.

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