MOSTRA DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO – Acontecerá entre os dias 02
e 04 de outubro de 2018, na Universidade Católica de Santos – Campus Dom Idilio
José Soares – Av. Conselheiro Nébias, 300 – Santos – SP, a XIII Mostra de
Pesquisa em Educação, juntamente com VI Seminário Parfor, o VI Encontro PIBID,
com a temática O direito à educação: políticas, pesquisas e práticas. Veja
detalhes aqui.
quinta-feira, junho 28, 2018
quarta-feira, junho 27, 2018
SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO (SIMEDUC)
SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO (SIMEDUC) – Entre os
dias 17 e 19 de outubro de 2018, na UNIT, em Aracaju, Sergipe, acontecerá a 9ª
edição do Simpósio
Internacional de Educação e Comunicação (SIMEDUC), com a temática Sociabilidades
e Desterritorialização da Educação em Tempo Digitais. O simpósio objetiva
reunir pesquisadores, professores, alunos de graduação e pós-graduação do
Brasil e outros países, interessados nos estudos e discussões sobre a relação
Educação e Comunicação e as consequências no processo de aprendizagem dentro do
espaço escolar. Veja detalhes aqui.
terça-feira, junho 26, 2018
SEMINÁRIO GRUPECI
SEMINÁRIO GRUPECI – Acontecerá
entre os dias 27 e 30 de novembro, no Centro de Eventos Benedito Nunes (UFPA),
em Belém do Para, o Seminário de Grupos de Pesquisa sobre Crianças e Infâncias
(GRUPECI) é um evento científico nacional que congrega grupos de pesquisas,
professores, estudantes de pós-graduação e graduação e demais profissionais
envolvidos na investigação sobre crianças e suas infâncias. O Seminário
constituiu-se como um importante locus de debate coletivo, inter e
multidisciplinar, cujo objetivo é fomentar a constituição e o fortalecimento
institucional de grupos de pesquisa nas diversas regiões brasileiras, podendo
também favorecer intercâmbios com outros grupos e pesquisadores internacionais.
O tema central desta edição do Grupeci é “Diversidade e participação em
pesquisas com crianças e infâncias”. As inscrições serão efetuadas SOMENTE via
internet, no site do evento, até a data de 24 de novembro de 2018. Veja
detalhes aqui.
sexta-feira, junho 22, 2018
BORGES & EUGÉNIO, DE VITAL CORRÂ DE ARAÚJO
BORGES
& EUGÉNIO
A
palavra aberta
Como
reconhecer anjos?
Pelos
testículos cândidos
(as
veias da poesia nuas
o fêmur
do verbo exposto
a
fratura do espírito em riste)
a Bono
Vox (U-2_
Compêndio
neste volume duas coletâneas de poemas
(Borges
e Eugénio e Testículos cândidos) compostos
em
tempos diferentes: 2010 e 2011, que se assemelham
face
alguma singularidade temática, que favorece a
consolidação.
FUNÇÃO
DO POETA/FIM DA POESIA
À dor de
(não) dar realidade aos desejos
A Jomar
Muniz de Brito
Aos limites
cristalinos e lascivos do ser
Todos os
poemas já foram escritos
Resta reescrevê-los
(todos)
Até que
toso os poemas estejam escritos.
O tempo
suspenderá as sessões
Em seus
palcos
E seu
curso imaginário (a Bachelard).
Escritores
passam a vida repetindo palavras, cenas, situações
(cobrando
continuidades falsas)
Sempre as
mesmas palavras
Em situações
diversas (ou não)
Polindo-as,
repolindo-as (desfazendo-as)
Apartando-as,
desapertando-as
Do curral
da página
Em busca
da experiência definitiva e perfeita
(a
Unanummo).
AGONIA
DO POETA
Aqui começa
a decomposição do poeta
Pútrida erosão
de suas rimas (árticas)
E odor
malévolo das sextinas rústicas
Se espraiam
como infecção galopante
Pelas raias
do intestino (diverticulítico)
Pelos
lombos do tomo, pelos vales da página
Se espalha
como água que onda transporta
Narinas da
estrofe tumefacta
Aqui começa
torneio cruel
E infrutífera
queda das metáforas
Vitória grotesca
da metafísica da carne
Aqui começa
iodada e ininterrupta
(porque
perpétua, invencível)
Putrefação
dos eruditos (e suas graxas retóricas)
COGNOMINADO
POETA
Ele participa
com máscaras e fermentos
Da vida
E do
vigor desse jogo absorto e imaginário
Portanto
vil
Chamado poesia
Vem a
dor do ver assim o mundo
(de
cabeça para baixo a pútrida
Palavra que
o mascara)
Ele se
orgulha
De possuir
o mais perigoso dos dons
(e o
mais inocente dos ofícios ósseos do espírito)
Dono que
é de bens impunes (e herdados)
Persistentes,
inesgotáveis
Do espólio
da palavra
Ele sente
a profundidade antiga
(e a
profanidade viva)
Do insumo
que ao ente do sonho assedia
Ele sente
O que o
ilumina
De ilimitadas
ilusões
Ele é o
coração da verdade e sua vítima: poeta.
TERCEIRO
POEMA
Amor não
é onda
Vermelho
assome
Ou vingue
azul de náusea.
Amor é
quando
Paramos do
coração viram chamas
Ou ecos
do que sentes assim
Que rosas
se insurjam
Contra os
simulacros da primavera
(contra
as pátrias dos espinhos
Contra os
cravos, cavalos verdes, botinas, esporas
E trapos
mal-cheirosos do povo).
(Amor é cinza
Do que
restar de vivo
Após o
abandono).
Amor é o
de Píramo e Tisbe
(que o
vermelho da tragédia perpetua
Nas rosas
e páginas dos jardins sem édens).
RUÍNA DO
AMOR E INTERROGAÇÕES AZUIS
O tempo
corroeu mármores, corações
Arruinou
o amor
Desejo é
olvido, Baco vinho ambíguo
Sinfonia
de jacintos e andorinhas
Cópula
de margaridas e beija-flores
Coito de
rouxinóis e madressilvas
Boda de
magnólias e bem-te-vis
Melodia de
unguentos e canoros sêmens
Sinfonia
de repuxos e corações partidos
(Bruxelas
de luz ou cegas candeias de carne?)
Esculpir
do barro entranhas de pássaros
E decifrar
sombras do átrio de labirintos
Bálsamo sacrossanto
das bocetas morder
NOVOS
ÍCAROS
VOOS
REDIVIVOS
Eróticos
ícaros de ímpetos impiedosos
Suturados
de viço e cor acorriam
Ao coração
infinito, ao vertiginoso atanor
Heroicos
sem cesuras a eretos céus ascendiam
À liça
inabalável em prol da luz primeva
À imortalidade
do fogo (que Heráclito cuspia)
Ao crivo
infernal ou embraseado éden (gótico)
De embuçados
arabescos nutriam-se areias
Nimbos que
absorviam mágoas
E oceanos
de cera se formavam
Em torno
dos círculos de seu voo lateral (letal como a cera)
(e
sublime porque o impiedoso sol invejou)
Ante os
dardos flamejantes liquefez-se (o dom) ou fizeram-se
(o voo,
a cera, a astúcia, o diadema)
Da líquida
queda a vida os ampare
Ou o
poema os arremeta à eternidade.
AOS
AMANTES
Amantes acorrentam
a tarde
A suas
ânsias corpóreas
Aos cais
dos desejos acurados
Desembarcam
do porto dos abraços
Naus insensatas
dos sentidos ancoram
No mar
do corpo
Abeiram-se
a suas bocas de água
Enquanto
lua vaga sucumbe a seus gritos
Que gávea
dos orgasmos galardoa.
VERDADE
APODÍTICA
Se fôssemos
incinerar
Toneladas
de falsa poesia
Que se
publica no Brasil
A cada
ano o fogo
Eterno seria
suficiente?
VERÃO
ANIMAL
À praia
de Boa Viagem
berço de
meus filhos
náutico
sítio de minha adolescência
Verão,
limiar do pecado, estação
Dos
desejos desencadeados
Animal
claro, a veia
Latejando
como abelha de cambraia
Enxame
de luz acossando o corpo
Escuro
do passado
Verão
que a pele arde
Sonha
com mordidas
Seu
rumor ardente
Já se
flagra
Contra
toda indolência
E
qualquer máscara
O verão
abre seu curso preclaro
Sua
nudez de pássaro e geometria
Nas
areias que ardem
Da praia
de Boa Viagem
E traz
seus potros ávidos
De luz e
sal para dentro
De
nossos rostos árticos
SIMULACRO
DE LUZ
Ao
crepúsculo do ídolo a razão perde
Substancia
e sensibilidade
Brilhos
de pântano simula
Com suas
perdas e lápides
Impiedosas
vozes oferece ao sigilo
Emaranha-se
de mudos utensílios
E esvai-se
a lapidar vãs pérolas escuras
A rés do
ocaso que ergue seu triunfo
Simulacro
das cores abandonadas do meio-dia
A alma
vã não perde por esperar
O afã de
quando acorde
Ao som
orgiástico do corpo em festa
Blasfema
com ela
Cansaço da
esperança
Faz presente
incansavelmente
Na sina
humana
Que carniças
deixa a aurora
Pinos que
o meio-dia abandona
Lixões de
cores do crepúsculo
Legado à
noite de Deus (dará
Abandono
do Criador
O desprezo
humano?)
DESESPERA
(todos
os poemas já foram escritos
resta reescrevê-los)
Vocábulos
de cavalo e ternura me chegaram
De súbito
se empoleiraram
No varal
imaginário
Deparei-me
no papel com a urgência da vertigem
(branco
do papel linho do céu continha
Oculto texto
de loucura relva sem juízo)
Esperei na
página a montagem
O vórtice
dos sintagmas (fúria verbal sincera)
Expus a
nu o pensamento (e a doença
A cura e
a loucura)
E rol
louco das palavras veio de súbito
Assombro
para úmido tom caligráfico, mancha pura
Esperei a
paciência e o tempo transpassa-lo
(com seu
alfanje selvagem confrontá-lo)
Até recobrir
impiedosa pátina
(de
horas e lodo do limbo e da alma)
E revela-los
à página desesperada
E calarem
todos os cavalos do vocábulo
(de
horas e lodo do limbo e da alma)
E revelá-los
à página desesperada
E calarem
todos os cavalos do vocábulo
Patas,
trotes, crinas, consoantes labiarem-se
Como se
fossem vogais dos lábios
Do desejo,
salivas da sede do corpo
Da carne
da alma.
VASO DE
CINZA
As
cinzas de Fênix foram
Religiosamente
recolhidas
Depositadas
num vaso cinéreo bege
E jogadas
no prado ático
(páramo
da ressurreição órfica
Elemento
do poema terrestre)
(guardados
da boceta de Pandora?)
RETICÊNCIAS
E SILÊNCIO
Quando as
frágeis galáxias se cansarem
De seu
périplos cósmicos intranquilos
(ou de
suas rotações irresponsáveis)
De seus
náufragos e gratos brilhos estagnados
E luzes
perpendiculares (e cursos enlouquecendo) quando
A face
úmbria da lua iluminar-se de dor
Quando o
vasto empíreo arrefecer-se
Entropia
devorando intestinos celestes
(com os
dentes das energias coaguladas)
Quando cometas
e suas rápidas cabeleiras
Aproximarem-se
dos barbeiros buracos-negros...
EU
CONFESSO
O que
vou dizer não ouça (leitora tola e última).
Se ler,
cale, ó tonta amiga. És a última (esperança)
Leitora desse
conto íntimo, cavo hausto
De palavra
ébria, náufraga, ázima.
Vou narrar
aventuras da alma. Alma
Que atravessou
vísceras sem data e crepúsculos tantos
Que transitou
pela espessura dos séculos.
E ronda
pela eternidade deserta (sem guia
Abrigo,
oriente, morte, endereço, azimute, lenço)
Pelos ermos
da carne vaga ofuscada
Por ecos
de outra estrada.
Onde se
perde o nunca. Onde
O quando
perambula, o agora pende, onde
O antes
passará após o depois.
Move-se
rumo ao íntimo.
Da volúpia
do espírito. Bússolas
De sal
sinalizam a alma exilada
Da carne
(seu úmido paraíso), oriente escuro
Itinerário
real da sombra da sombra da sombra do poema.
BORGES & EUGÉNIO – O livro Borges &
Eugénio (Bagaço, 2012), do escritor, jornalista,
advogado, professor, conferencista e tradutor Vital Corrêa de Araújo, traz epígrafes
de Eugénio de Andrade: um dos maiores poetas do século vinte, Arte Literária, a
obra dividida pelas partes Pontos dos Is traços dos Tês, Incrédulo verbo, A
verdade é frágil a perfeição inflexível, Noturno de Boa Viagem e poema último,
Testículos cândidos (poemas) o (verdadeiro e sincero) sexo dos anjos – como reconhecer
anjos? Por seus testículos cândidos. Os anjos são machos! -, Canto a minha ou a
tua morte & Sobre Borges e A cada um negue odre de sede. Veja mais aqui, aqui e aqui.
quinta-feira, junho 21, 2018
SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO BRASILEIRA
SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO
BRASILEIRA – Entre os dias 10 e 12 de dezembro de 2018, acontecerá no Centro de
Convenções da Unicamp, o VI
Seminário da Educação Brasileira: cenário econômico e político mundial e tensões contemporâneas na educação. O evento
possibilitará: Promover o debate acadêmico entre pesquisadores
e educadores; favorecer o intercâmbio entre pesquisadores de distintas áreas; submeter
as produções científicas à análise qualificada por pares; qualificar educadores
e gestores da educação básica; incentivar a formação científica de novos
pesquisadores; e divulgar os resultados do evento na Revista Educação &
Sociedade, em E-Book e em Anais do VI SEB a serem
disponibilizados no site do CEDES, conforme decisão do
Comitê Editorial do evento. Veja detalhes aqui.
segunda-feira, junho 18, 2018
CONFISSÕES DE VITAL CORRÊA DE ARAÚJO
Confissões (de mim e dos
outros)
Ou do cabide da memória
Onde dependuro meu ego
vão
Ou ideias brotadas
utilmente
Da bacia do inconsciente
(desbordada)
Tina que aduba de água
cônica
Messe líquida
Horta do outro em mim
Para que frutos não se
compadeçam
Da insignificância
Do meu ego portátil
Inviril, alcochoado
De ilusão estéril
Como um não...
Ou o sal. Como um cão.
PRIMEIRAS CONFISSÕES
Ébrios deuses aportam do
meu rosto volúvel
Começam ruidosa empresa
De acordar rios e veias
Fluindo de mim.
Adio sílaba pressaga,
unto
De argumentos macios
ferida
Que palavra abra no
poema
(porque poesia é a
palavra enlouquecida
E a loucura verbal não
cessa
Com morte transitória do
poeta).
Quilha da insânia aponta
Para mar do amanhecer
impuro
Água sóbria não a
governa
Apenas desancora
Do cais da jugular da
página
(do poema Desâncora
viva)
REIVINDICAÇÕES PARA
MORRER
Estradas da vida são
escuras
Estreitas sendas do ar
ermo da alma
Caminhos são de abrolhos
sólidos
E hóstias compulsivas
destoam
De cada passo passageiro
que doas
A quem morra na hora
antes de ti
Mapas foram apagados
Com pegadas dos deuses
ardendo
Gesto não é potável
Geografia está morrendo
Coração queimado
Como círio abandonado no
escuro
De um átrio sacrílego
Os domingos soçobram no
ambíguo
A TONA DA VERDADE
(A um trago de single
single malte)
Do copo de uísque a meio
(duelo de água e malte)
florescem cravos
E rosas sem ânimo,
flores estéreis
Do iluminado cálice dos
seus lábios pálidos
(que silêncio habita de
parede e treva).
Como sal e arruinado sol
Estou escuro em meio
À brancura ímpia do
abandono.
Viola estiolada, urge
derramando-se
Da boca dos incêndios sou
eu
Ouro carnívoro devorado
Como hóstia de mentiras
(e falsos desvelos)
A beira da verdade é
escura, seu fundo sem fim.
VOLÚPIA LÍQUIDA
De um bunquer poético
Da praça culinária do
Skyllos
No texto de operações
saborosas (teatro de saliva)
Do Shopping Center
Recife
Cercado de taças de
amendoim
E certeiros nacos de
filés
Cortejados por batatas
esplêndidas
Atiro súbito tragos de
single single malte
Acerto a própria boca trêmula
Sinto vibrar a alma
Com o prazer do corpo.
TESTEMUNHOS SEM VENTRE
(OU PERDÃO)
O homem é um poente vivo
Noturno orvalho o
ilumina
Sua pátina e pranto de
pedra.
Sobrevêm dores, trevas o
consolam
Com sais insurrectos ou
desnudos
Como pátria escura do
corpo traída.
Rios de sede morrem
A cada noite árida da
alma
A cada instante último
Do íntimo convulso.
O que drena a sede
O que dura a sede
Voragem decide.
ÚLTIMAS CONFISSÕES
(ESTE POEMA PROPÕE OU
SUGERE QUE CADA FORMA CONTENHA UMA ALMA)
Luzes se alvoroçam
contra céus escampos
Ângulos de vidro e
transparentes épuras
Submetem o espírito à
tortura lúcida.
Céus épicos são
convertidos em orações de pedra
A escatologia da luz
oferece-se aos olhos
Como prêmio escuro.
A geometria da
transparência
Seu atravessado prisma, imagens
de deidade
Sua luz vidrada
afugentam sombras inadiáveis.
Ave cristal cruza
Ermas estepes do espaço
Em orações de minucioso
quartzo.
Dos seus olhos pulsam
lumes de aço
(com cedilha e cansaço).
Translúcidas geometrias,
ângulos de cristal impoluto
E achas de luz não
fétida
Comandam a vida escura
da terra
(do homem inútil de
Deus).
(Geometrias de sombra o
Criador
Exponencial, triédrico
espalhou
No olho do homem como
papoulas no campo).
(Sonha-se por uma luz
higiênica – e diva
Que lave
Os olhos e não os cegue
mais).
INSONETO DE 2012 (NOV)
Inscrições se precipitam
Do rosto das runas
hínicas.
Venho de outros tempos
do verbo
Para a pátina do
presente insubmisso.
Meço volumes de ser
E ângulos de sede. Com varas
de água.
Faço pássaros
De voo indecifrável.
Caixas de música
infinita
Doo ao tímpano de
ovelhas bíblicas.
Conjugo o verbo futuro
Em busca da palavra por
vir.
O infinito estar vazio
É próprio de mim.
E assim feche esse sonho
de soneto.
TRISCONFISSÕES
Fiz amor nos bordeis de
Maceió.
Deixei translucidas
manchas do sêmen vital
Nos lençóis dos sábados perto
da Praça do Bar alagoado
E nacos de carne amada
Na tábua de sal gemendo
depois da lua.
(Marca dos gozos nos
colchões ainda geme).
HOMOCOITO (CONFISSÃO
ROXA)
Por um triz
Homorrelação não fiz
(e rimou).
E por dois trizes
reticências.
Fiz sexo com a mãe de
Édipo
Ontem.
CONFISSÃO NUA
Sinto-me causada por
elementos sem corpo
Por vésperas de feitos
ressuscitados
Por hinos de outono, por
falhas de acanto
Alento foi-me fuzilado
como uma bofetada
Dos pulmões ávidos de
espaço e fluxo, ar
De que devoto e sôfrego
fogo necessita
Para fender a pedra,
chama líquida
Odre empedernido, caixa
de pássaros, lume
Varre a terra, desola a
alma, fuga infinita
Falo da palavra, hímen do
poema escavo
Sombra de mostarda, fuga
para o éden renato busco.
CONFISSÕES – O livro Confissões
(Autor, 2012), do escritor, jornalista, advogado, professor,
conferencista e tradutor Vital Corrêa de
Araújo, traz Nota & Confissões de Vital
Corrêa de Araújo por ele mesmo, Prefácio de Cláudio Veras com A poesia de Vital
Corrêa de Araújo, Desvalor poético (ou a forma desprovida da ratio artística
por Vital Corrêa de Araújo & (Meu poema é para os não habituados. Para os
habituados não é poema) & Apresentação de Murilo Gun. Veja
mais aqui, aqui,
aqui,
aqui, aqui e aqui.
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