ENTREVISTA ARANTES GOMES DO NASCIMENTO – O professor, escritor e pesquisador na área de linguagem, Arantes
Gomes do Nascimento, é pós-graduado em Língua Portuguesa e autor dos livros: Coerência
ou Incoerência?(CBJE, 2008), Comunicação Sindical: uma interação dialógica
entre Direção e Base (Bagaço, 2015); A Ética na Formação de Professores (Bagaço,
2015) e Diálogo em Prosa (CBJE, 2017). É militante em movimento sindical, no
segmento da educação, servidor Público Estadual de Pernambuco e Municipal de
Caruaru onde leciona a Disciplina de Língua Portuguesa na Escola Municipal
Professora Laura Florêncio. Elaborou os Jogos Pedagógicos “Dominando a
Acentuação Gráfica” em 2007 e “Desembaralhando Verbo” em 2008. Atualmente,
ocupa o cargo de Vice-Presidente na Academia Palmarense – APLE. Ele concedeu
uma entrevista falando de sua arte, seu trabalho acadêmico e artístico, trajetória
e muito mais. Confira.
LAM - Arantes, vamos começar pela área literária: quando
e como se deu seu encontro com a Literatura?
Bem, vamos lá.
Meu
encontro com a literatura se deu no município de São Benedito do Sul, quando
inicie na vida escolar, na Escola Municipal Heliodoro Pereira de Andrade com a
professora Élida. Nós morávamos lá. Como
a cidade tem muita tradição em lendas, ela nos contava muitas histórias. Aprendi a ler com seis anos de idade. Eu
gostava muito das fábulas. Lembro também de muitas brincadeiras no escorrego
que dava entrada à escola. Gostávamos de brincar e da professora. Mas foi em
Palmares que tive o contato com a literatura dita brasileira no início da
década de 80, na Escola Estadual Monsenhor Abílio Américo Galvão e no Colégio
Nossa Senhora de Lourdes, quando uma professora minha passou uma atividade de
pesquisa na Biblioteca Pública Municipal Fenelon Barreto, sobre a poesia de Ascenso
Ferreira e outros escritores palmarenses. Foi quando me deparei com a
Enciclopédia Griz de Artur Griz, escritor de Palmares. Fiquei encantado com
aquilo. Isto ficou registrado no HD de minha memória até hoje. Uma outra cidade
que gostaria de considerar importante na minha formação literária foi Sertânia
onde estudei no Grupo Escolar Professor Jorge de Menezes. Destaco o caráter
científico. Pois lá, eu percebia isso pela vontade que meus irmãos mais velhos
tinham em estudar sob a perspectiva técnica profissional. Nosso pai, Adalberto
Inácio, trabalhava na Rede Ferroviária do Nordeste e era Agente de Estação, por
isso a família mudava bastante de cidade. Concluí as séries iniciais do Ensino
Fundamental lá.
LAM - Quais influências da infância e adolescentes foram
determinantes para sua formação pela carreira literária?
Acredito
que, inicialmente, foram os irmãos Grim, Esopo, La Fontaine, Monteiro Lobato e
Cristian Andersen (este serviu de inspiração para o nome do meu primogênito
Anderson Arantes).
Depois
poderia citar vários autores, mas destacarei José de Alencar, Machado de Assis,
Eça e Queiroz, Fernando Pessoa, Luiz Vaz
de Camões, Gil Vicente, William Shakespeare ...
Gostava
e gosto ainda de ler sobre vários assuntos nos livros de História, Geografia,
Gramática, Religião, Matemática (brinquei muitas vezes de fazer cálculos nos
momentos de lazer), Dicionário, oportunizado pelo meu pai. Aprendi muito cedo a
decorar o nome completo de D. Pedro primeiro constituído por dezoito nomes por
insistência também dele. Além de gostar de outros temas.
LAM - Você como escritor se define como cronista e
articulista, publicando o livro Diálogo em prosa, pela Casa do Novo Autor da
Câmara Brasileira de Jovens Escritores (CBJE), que reúne artigos, poesias,
enfim, uma diversidade literária. Fala da proposta e recepção pública do livro.
Pois é.
Ainda estou me encontrando como escritor e poeta. Pois tenho experiências
ótimas nessas duas dimensões da linguagem. Procuro desenvolver a escrita de
forma generalizada. Eu me defino hoje como articulista por que foi neste gênero
que consegui várias publicações em jornais e revistas do nosso estado e da
região. Mas foi com um poema “Referência” o meu primeiro trabalho publicado em
livro, compondo o 40º Volume de Poetas Contemporâneos do Rio de Janeiro. Eis o
poema:
*
Referência
São duas
faces
Do mesmo
coração:
Uma,
alma gêmea
Outra,
gêmea d’alma.
Esta pensa,
mas diz
Aquela
não diz, mas pensa.
A
primeira ...
É sonho,
É luar;
A
segunda...
Sonha
Em
viajar.
A última
é razão
E a que
resta: sofreguidão!
São duas
faces
Da mesma
moeda:
- uma,
verdade
- outra,
ilusão.
* Poema publicado na40ª Antologia de Poetas
brasileiros Contemporâneos no Rio de Janeiro-RJ em outubro de 2007. Publicado no livro Diálogo em
Prosa junho de 2017.
No
entanto, devido aos estudos acadêmicos sobre a Coerência posso dizer também que
tenho um pouco de cronista. Cujas produções podem ser encontradas em vários
jornais do estado e cidades circo vizinhas. É nesse dilema que vivo produzindo
em vários gêneros textuais. O meu quarto livro Diálogo em Prosa, que você
citou, é um exemplo disso. Nele apresento sete gêneros textuais: artigo, carta,
conto, crônica, fábula, poema e notícias. Assim, Luiz Alberto, gostaria de
exemplificar o que digo com um texto em prosa e o outro em verso que
representam significativamente o que digo:
O Sentido do texto hoje
Quantas vezes
ouvimos alguém dizer que não entendeu o sentido de um texto. Isso também
acontece nas aulas de Português, quando o professor, ao ler os textos de seus
alunos, diz que a incoerência tomou conta das produções textuais dele, tornando
seus textos incoerentes – sem que ele dê qualquer explicação convincente para
justificar esse fenômeno. Aqui pretendo trazer uma opinião mais otimista: todos
os textos, estou convencido, são, a princípio, coerentes.
Para os estudiosos desse assunto (não é possível agradar
a todos), são notáveis as divergências de opiniões. Dentre eles, há uma minoria
que defende a existência do texto incoerente. Para estes, quando o
receptor/leitor não conseguir encontrar qualquer continuidade de sentido na
sequência linguística, o texto será incoerente. Há outros, porém, que colocam a
incoerência como fazendo parte do emissor/produtor que, por não adequar o seu
texto à situação comunicativa, comete falhas, causadoras de incoerência, mas em
nível local.
No entanto,
através das experiências individuais, ou seja, do modelo cognitivo –
armazenados na memória – outra pessoa poderá calcular o sentido do texto,
efetivando a coerência – vista como o princípio de interpretabilidade. No
segundo caso, é a questão pragmática – unanimemente defendida pelos teóricos
desse assunto.
O que fazer então
para um texto ser compreendido entre os usuários A cooperação é, justamente, a
primeira atitude dos interlocutores quando estão diante de um texto.
Compreender e agir como se ele fosse coerente é o primeiro passo para que a
interação aconteça. As pessoas utilizam a língua como um tipo de ação conjunta
para a realização das mais diversas atividades do dia a dia e a linguagem como
a própria manifestação interativa entre os sujeitos envolvidos no processo
comunicacional. É nesse convívio social que surgem os textos orais e escritos.
Emissor, receptar
e situação comunicativa formam, nesse contexto, a tríade da comunicação, pois é
em relação a eles que uma meia dúzia de fatores de ordem: linguística,
discursivos, cognitivos, culturais e interacionais se desenvolvem, norteando,
por conseguinte, a mensagem verbal para que ela seja compreendida e a coerência
efetivada.
Depois de tudo
isso, convém perguntar: o que torna, portanto, um texto incoerente: Não se pode
negar a existência da incoerência, mas como fazendo parte obrigatória de um
texto é um absurdo. Se algum desses fatores não forem levados em conta, a
compreensão do texto será dificultada, porém tendo a coerência como um
princípio interpretativo esse fato facilmente será resolvido.
De acordo com o
linguista francês Charolles, não há o texto incoerente em si, pois não há
regras para uma boa ou má formação/construção de um texto, por isso, não faz
sentido estudar o texto sob uma perspectiva gramatical – antes da década de 80
(hoje, essa prática ainda é bastante usada). Sob uma visão dialógica e
funcional da língua, é conveniente endossar estes pesquisadores brasileiros.
Koch e Travaglia quando afirmam: todos os textos são, em princípio, aceitáveis,
logo, coerentes (friso meu). Nesse
caso, sempre haverá um contexto para que a sequência linguística dada como
incoerente passe a fazer sentido, constituindo um texto e não um amontoado de
palavras – a partir de então o texto é analisado através de teorias, pois há
fenômenos que só se explicam dentro de um texto.
Assim, acreditar
na ideia – em primeiro plano – do texto incoerente, sem considerar as crenças,
os desejos, as preferências, as normas e os valores dos interlocutores é, ao
mesmo tempo, negar o que há de mais concreto na linguagem humana.
Numa óptica
interacionista, texto e coerência estão em xeque, visto que esses dois
fenômenos são, na verdade, os pressupostos às pesquisas científicas não somente
na linguística Textual, mas também nas disciplinas afins.
Artigo publicado no Jornal do
Commércio no caderno opinião em 07 de outubro de 2005, sexta feira.Publicado no
livro Diálogo em Prosa junho de 2017.
Histeria
Em cada sorriso, o grito
Que
faz ecoar seu rincão!
No
olhar do mito, a voz
Que
chora à solidão!
Intrépida
coalizão de abutres
De
sonho, rimas, gratidão!
Aflora
no peito, cada gemido
O
medo e o perdão!
Brincam
com a sorte
Dos
que choram por justiça!
Pisam
nos sonhos
Dos
mais famintos!
-
Depois pedem perdão!
A caminho do aeroporto Juscelino
kubistcheque Brasília 18/04/2016; Publicado no livro Diálogo em Prosa junho de
2017.
No livro
Diálogo em Prosa faço um agradecimento a todos que compartilham comigo das
crenças, histórias, sonhos, desejos: a vida.
Aos
Jornalistas, Repórteres, Editores, Blogueiros e Internautas pela produção,
cobertura, edição, compartilhamentos e comentários sobre os textos aqui
socializados.
Agradeço
também à imprensa escrita Jornal do Commércio, Diário de Pernambuco, Folha de
Pernambuco, Vanguarda e Extra de Caruaru e o Jornal do Interior de Palmares
pela vinculação de textos e matérias sobre o nosso trabalho.
Um
agradecimento aos familiares, ao tio paterno, José Inácio do Nascimento, in
memoriam, em especial ao meu irmão Almir Gomes do Nascimento e Anderson Arantes
Valença do Nascimento meu filho pelas contribuições escritas e sugestões na
elaboração deste livro, cuja ação produziu frutos.
LAM - Você também é professor graduado e pós-graduado em
Língua Portuguesa. Quais as principais dificuldades encontradas no processo de
ensino/aprendizagem da língua, na relação com os estudantes?
Pois tá. Posso dizer que são
muitas, mas aqui vou registrar apenas algumas. Em primeiro plano o nosso modelo
de educação não qualifica o estudante para ser o protagonista na sociedade nem
no mundo do trabalho. Isso acontece por várias influências externas que são
colocadas como fazendo parte da escola. O currículo ainda não atende às
necessidades locais. A escola ainda não está preparada para isso.Salas de aulas
superlotadas é um outro grande equívoco. Não se respeita a legislação. Não
permitindo um trabalho eficaz do professor. Outro aspecto que merece destaque
são o conjunto de materiais didáticos para subsidiar o trabalho de professor em
sala de aula. Não há uma valorização também nesse aspecto. Eu também destaco a
Formação Inicial, que infelizmente o que aprendemos nas faculdades não é o que
estamos ensinando aos estudantes em classe. Há uma dicotomia muito aguda nesse
aspecto, sem falar dos baixos salários que a categoria recebe, além do não
cumprimento da lei profissional do magistério, conhecida como lei do piso, que
não é cumprida integralmente por parte dos gestores públicos
LAM - Você na condição de pesquisador na área linguagem,
elaborou em 2007, o jogo pedagógico “Dominando a acentuação gráfica”. Fala a
respeito das propostas desse jogo e quais as experiências e resultados
encontrados.
Vejo que o lúdico está muito
presente ao minha estrada. Quando elaborei o Jogo Pedagógico Dominando a
Acentuação Gráfica pensei em propor algo que pudesse fazer a coesão dos estudantes
com o conteúdo e como conseqüência a aprendizagem, numa perspectiva prazerosa.
Acho que esse é um grande diferencial do trabalho com o lúdico. A princípio o
jogo fez parte de uma atividade pedagógica, cujo resultado nos surpreendeu,
pela dimensão que tomou e sua eficácia junto aos estudantes.
Inicialmente o Jogo pedagógico
foi aplicado na Escola Estadual Dr. Pedro Afonso de Medeiros em Palmares aos
estudantes da Educação Básica do 5, 6 e 7 anos do Ensino Fundamental. Há época
a ação fora noticiada pela imprensa local escrita e falada. Destacamos a
Emissora Rede Globo de Televisão de Caruaru fez uma reportagem sobre a aula com
a utilização do novo método de ensino. Vários estudantes concederam entrevistas
á emissora. Por outro lado, em Caruaru, na Escola Municipal Professor
Machadinho também apliquei o jogo pedagógico na Educação de Jovens e adultos,
que também foi noticiada pela Emissora SBT local.
Participei, juntamente com vários
estudantes, da sétima edição da Bienal do Livro de PE em 2005, no estande da
secretária de educação de PE, fazendo uma exposição prática do jogo. Com
professores participamos do Ciência Jovem no Espaço Ciência em Recife.
Apresentei o Jogo pedagógico na FAMASUL no show universitário. Realizamos uma
oficina na X Jornada Pedagógica promovida pela escola Dr. Pedro Afonso.
Participamos do Concurso Professor Nota 10 promovido pela Fundação CIVIT.
Também concorremos ao prêmio Jovem Cientista. Além de apresentação na I Amostra
de Atividades Exitosas, promovida pela Secretaria de Educação de PE.
O jogo é composto por quantas
peças, semelhantes ao dominó. Tem peças com palavras, símbolos, números, e
palavras. Vence a partida que conseguir colocar todas as peças primeiro,
dizendo o jargão “dominei”. O jogo tem a finalidade de ser o elemento
catalisador entre o estudante e a aprendizagem.
A jornalista Clarice Cardoso da
Folha de São Paulo também fez uma entrevista conosco.
A seguir uma matéria publicada em
Caruaru sobre o referido jogo:
*
Jogo faz
os alunos aprenderem português se divertindo
Alunos de Caruaru e palmares participam do
jogo de dominó que além de números também traz palavras e acentos gráficos.
Não é difícil encontrar quem não goste de
jogar dominó com a possibilidade de aprender as regras da língua portuguesa.
Nas aulas de português Arantes Gomes do Nascimento é assim. Os métodos
tradicionais de aula foram deixados de lado para dar espaço para um projeto
inovador que faz os alunos aprenderem português e ao mesmo tempo se divirtam.
Arantes criou o jogo “Dominando a Acentuação gráfica”, o jogo semelhante ao
dominó traz números, palavras e suas nomenclaturas. O Dominando contém quarenta
peças, vinte dessas com palavras e vinte com símbolos e números. Durante a
partida os alunos encaixam as palavras nos símbolos que as identificam como
proparoxítonas, paroxítonas e oxítonas. Já as peças que contém números são como
as do dominó tradicional.
A ideia
surgiu há um ano, mas somente há um mês o Dominando está sendo utilizado em
sala de aula. O professor Arantes explica que a inspiração para elaborar esse
método vem de pesquisas em autores como Jean Piaget, Lev S. Vygotsky, Edgar Morin
e Evanildo Bechara, que trabalham com a interação lúdica, inteligências
múltiplas e o conhecimento da nomenclatura da tonicidade. “A parte gramatical,
norma culta foi com Bechara. Piaget por conta dessa questão da memorização, a
partir do momento que ele tenta memorizar aquilo ali várias vezes para poder
ter conhecimento através da memorização. Vygotsky com a questão do
relacionamento de grupo e a questão do lúdico. E Edgar Morincom a questão do
complexo e do simples, contexto global e multidimensional”, conta Arantes.
A atividade está sendo implantada na Escola
Municipal Professor José Florêncio, em Caruaru e na Escola Estadual Dr. Pedro
Afonso de Medeiros, em Palmares. Ao todo participam dessa aula trezentos alunos
de quintas e sextas séries do ensino fundamental. Segundo o professor, o
objetivo e acabar com o medo que muitos estudantes têm das regras da língua
portuguesa. Tudo isso através de um jeito simples, jogando.
As primeiras peças do jogo foram
confeccionadas com papel, depois foram feitas com outros materiais como papelão
e emborrachado. Agora um dos alunos resolveu colaborar com a ideia e está
confeccionando novas peças artesanais de madeira. Os alunos se mostram
empolgados com a apresentação dessas aulas. “Eu gostei. É muito bom porque não
é só escrever, tem que brincar também”, fala Mônica Oliveira de dezesseis anos
que estuda na escola. Não é diferente a opinião de Kleberson Antônio, também de
dezesseis anos, que estuda com Mônica na Educação de Jovens e Adultos. “Achei
esse jogo muito bom para desenvolver mais a aprendizagem na língua portuguesa,
pra conhecer mais as sílabas e a acentuação. Também ajuda muito e ao mesmo
tempo a gente se diverte”, diz Kleberson.
Quem
poderia imaginar que jogar dominó durante a aula de português desse tão certo.
São ideias assim que ajudam o professor a perceber que acabou o tempo de
decorar a gramática para aprender regras de português. “A gente tem que mostrar
à sociedade que trabalhar com regras ainda tem jeito dentro dessa perspectiva
atual”, diz o professor. Para atrair a atenção dos estudantes é preciso inovar,
o importante é fazer com que todos estendam o conteúdo explicado, concluiu.
*Matéria
publicada na Revista Em Sala como Conclusão de Curso, Nº 02- Ano 01-2007 Dez. Publicado no livro Diálogo em
Prosa junho de 2017.
LAM - Em 2008, você criou o jogo “Desembaralhando
Verbo”. Quais as contribuições pedagógicas dessa sua criação?
Então. O Desembaralhando Verbo
seguiu a linha parecida com o Dominando. Há uma grande dificuldade por parte
dos estudantes e também por parte dos professores em trabalhar e aprender o
conteúdo de verbo. Daí eu pensei em algo que pudesse aproximar de forma
prazerosa esses dois atores. Numa demonstração de que é possível sim criar
jogos na disciplina de Língua Portuguesa e não somente em Matemática a área do
conhecimento que tem jogos. No jogo, além de aprofundar o conhecimento sobre a
estrutura do verbo aprende-se tanto em campo social da aprendizagem.
LAM - Você ainda atua como militante em movimento
sindical, notadamente no segmento de educação, publicando, inclusive, o livro
Comunicação sindical: uma interação dialógica entre direção e base, pelo
SINTEPE, em 2015. Fala da experiência de produzir esta obra e a interação com a
comunidade pegagógica.
O
livro Comunicação Sindical uma Interação Dialógica entre Direção e Base nasceu
como um produto das ações que são realizadas no sindicato e que na maioria das
vezes a própria categoria não tem conhecimento. Num contexto de muitas críticas
sobre o movimento sindical. Principalmente pelo comodismo das lideranças, que
fadados pelo tempo, investidos no cargo ao qual foram eleitos, ficam
acomodados, muitas vezes não permitindo uma oxigenação do quadro de dirigentes
com a alternância do poder.
LAM - Em 2015 você publicou pela Bagaço, o livro A
Ética na Formação de Professores. Quais os propósitos da obra?
Este foi um grande desafio para
mim. A Ética na Formação de Professores, nosso terceiro livro lançado no mesmo
ano do Comunicação Sindical uma Interação Dialógica entre Direção e Base,
homenageou in memoriam a então Gestora da Escola Estadual Dr. Pedro Afonso de
Medeiros em Palmares, Mata Sul de PE. Ele nasceu de uma proposta pedagógica
aplicada no Curso Normal em Nível Médio na referida escola. Era comum nesse
tipo de atividade uma palestra para abordar o tema escolhido pela comissão. O
que diferenciou a X Jornada que culminou em um livro foi justamente a
extrapolação do conteúdo proposto em 11 oficinas pedagógicas todas com
professores da escola, inclusive o palestrante, numa demonstração total de
valorização e compromisso com o corpo docente, os estudantes produziram um
memorial apresentando em sua narrativa a evolução acadêmica ao longo do curso,
enfatizando os conhecimentos adquiridos na X Jornada Pedagógica.
Outro marcante para nós foi o
falecimento precoce da então Gestora a professora Wildes Faria no primeiro
sábado após o encerramento das atividades na sexta. Isso mexeu com todos nós da
escola e comunidade escolar.
E ainda não para por aí. A outra
tragédia foram as enchentes de 2010 , que levaram a escola ao chão. Com perdas
irreparáveis, tanto no patrimônio físico quanto o humano. Todos os arquivos
foram também levados pelas fortes correntezas que assolaram a escola.
Após vários anos desses fatos. Ao
levar meu computador para o conserto, foram encontrados, parte do material
vivenciado pelos professores e estudantes nas oficinas pedagógicas, durante a
jornada. Então o livro é o resultado de tudo isso.
LAM - Antes desses livros já falados, em 2008, você
publicou Coerência ou incoerência. Quais os objetivos dessa obra e quais as
experiências e resultados colhidos dessa sua proposta?
Verdade. Um livro é como um
filho. Meu primeiro livro Coerência ou Incoerência nasceu do produto de minha
monografia apresentada na Pós Graduação em Língua Portuguesa à FAMASUL –
Palmares, cujo título foi Coerência ou Incoerência confrontos e similaridades.
Nele destaco as várias concepções de língua, linguagem, texto e coerência ao
longo várias décadas até o momento atual.
São reflexões sob a perspectiva
teórico-científica que evidencia o conteúdo em várias correntes da linguagem:
francesa, americana, inglesa, espanhola, alemã, dentre outras.
Nosso livro está na 3ª edição.
Ele é dedicado aos pesquisadores da linguagem, serve de instrumento teórico
para os vários pensamentos lingüísticos. Defendo a idéia de que todos os textos
são, a princípio, coerentes sob a perspectiva da linguagem como forma de
interação.
LAM - Você é vice-presidente da Academia Palmarense de
Letras, ocupando a cadeira nº 5, cujo patrono é Artur Griz. Fala dos trabalhos
desenvolvidos pela academia e que contribuições ela tem trazido para a
população palmarense.
Isso mesmo Luiz Alberto. Estamos
ocupando um cargo na Direção da Academia Palmarense de Letras como Vice
Presidente, que tem como Presidente o escritor, dramaturgo, poeta e artista
plástico Juarez Carlos.
Na primeira gestão da APLE fui
Diretor de Publicidade e como tal publiquei o primeiro artigo de opinião em um
jornal de grande circulação no estado de PE, Diário de PE, cujo título PNE, a
Mobilização é Contínua, no caderno opinião, e em vários Blogues pelo Brasil. A
seguir o texto:
*
PNE, a mobilização continua
Abordar
a mobilização como premissa fundamental da classe trabalhadora para elaboração
de documentos, no caso dos/das trabalhadores/as em educação, que visem à
valorização docente como uma das dez diretrizes do Plano Nacional de Educação é
desafiador.
No período de redemocratização, a Constituição Cidadã, como ficou conhecida, destaca a valorização dos profissionais do ensino, em seu artigo 206, garantidos nos Planos de Carreira para o magistério público, com piso salarial profissional.
No período de redemocratização, a Constituição Cidadã, como ficou conhecida, destaca a valorização dos profissionais do ensino, em seu artigo 206, garantidos nos Planos de Carreira para o magistério público, com piso salarial profissional.
Em 1996,
com a criação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9394 que definiu a
valorização do profissional de educação escolar em seu artigo 3 e proporcionou
um novo impulso à legislação educacional.
Doze anos depois, o então Presidente Luiz Inácio, o Lula da Silva sancionou em 16 de julho de 2008 a Lei n° 11.738, que instituiu o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica. Não cumprida, integralmente, pela grande maioria dos gestores públicos municipais e estaduais, até então.
Por fim, temos um novo PNE. Sancionado, sem vetos, pela Presidenta Dilma Rusself no último dia 25, após três anos e meio de tramitação no Congresso Nacional. Há no documento algumas melhorias para os professores: incentivo à formação superior na área de atuação, equiparação do rendimento médio ao dos (as) demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste PNE e garantia de planos de carreira em todos os sistemas de ensino.
Contrários ao que diz a CF, muitos gestores públicos destacam a falta de recursos para financiar a educação pública, principalmente no que se refere à valorização desses profissionais. Mas hoje, esse quadro mudou. A destinação de 75% dos Royalties do Petróleo e 50% do Fundo Social do Pré Sal para a educação refletem a garantia do cumprimento das metas. Além disso, foi aprovada no documento a destinação de 10% do PIB para a educação. Por isso, o grande desafio agora é que estados e municípios elaborem seus respectivos planos de educação dentro de um ano e criem mecanismos para acompanhamento das metas, além de assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de carreira para os profissionais do magistério em todos os sistemas de ensino.
Portanto, defender a valorização docente no PNE como um processo é acompanhar o cumprimento, por parte dos gestores públicos, de cada meta estabelecida nos sistemas de ensino. Além de assegurar aos referidos profissionais momentos de debate e uma mobilização social contínua.
Doze anos depois, o então Presidente Luiz Inácio, o Lula da Silva sancionou em 16 de julho de 2008 a Lei n° 11.738, que instituiu o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica. Não cumprida, integralmente, pela grande maioria dos gestores públicos municipais e estaduais, até então.
Por fim, temos um novo PNE. Sancionado, sem vetos, pela Presidenta Dilma Rusself no último dia 25, após três anos e meio de tramitação no Congresso Nacional. Há no documento algumas melhorias para os professores: incentivo à formação superior na área de atuação, equiparação do rendimento médio ao dos (as) demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste PNE e garantia de planos de carreira em todos os sistemas de ensino.
Contrários ao que diz a CF, muitos gestores públicos destacam a falta de recursos para financiar a educação pública, principalmente no que se refere à valorização desses profissionais. Mas hoje, esse quadro mudou. A destinação de 75% dos Royalties do Petróleo e 50% do Fundo Social do Pré Sal para a educação refletem a garantia do cumprimento das metas. Além disso, foi aprovada no documento a destinação de 10% do PIB para a educação. Por isso, o grande desafio agora é que estados e municípios elaborem seus respectivos planos de educação dentro de um ano e criem mecanismos para acompanhamento das metas, além de assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de carreira para os profissionais do magistério em todos os sistemas de ensino.
Portanto, defender a valorização docente no PNE como um processo é acompanhar o cumprimento, por parte dos gestores públicos, de cada meta estabelecida nos sistemas de ensino. Além de assegurar aos referidos profissionais momentos de debate e uma mobilização social contínua.
* Texto publicado no Jornal Diário de Pernambuco, Caderno Opinião, Recife PE, julho. 2014. Foi o primeiro texto publicado por um Membro da Academia Palmarense de Letras, recém reorganizada, em um jornal de grande circulação, à época ocupava o cargo de Diretor de Publicidade.
Disponível
em: http://www.sintepe.org.br/site/v1/index.php/artigos/da-categoria/3996-pne-a-mobilizacao-continua>
Acesso em: fev.2017.
Disponível
em: http//www.todospelaeducacao.org.br.
PNE, a mobilização continua. Acesso em fev/2017.
Disponível
em: http//www.amambainoticias.com.br.
PNE, a mobilização continua. Acesso em fev/2017.
Disponível
em:http://www.cnte.org.br/index.php/weblinks-das-afiliadas/519-comunicacao/artigos/13778-pne-a-mobilizacao-continua.html> Acesso em: fev/ 2017.
Livro
Comunicação Sindical: Uma Interação Dialógica entre Direção e Base, páginas
62/63/64, 2015.
Nossa contribuição foi justamente
a de divulgar para o mundo que a Academia tinha renascido novamente. E como
Vice Presidente estamos trabalhando em conjunto com o Presidente da APLE e os
demais Membros no sentido de divulgar ainda mais a Academia seja na
apresentação/publicação dos livros ou nas atividades culturais promovidas pela
entidade. Nosso último trabalho Diálogo em Prosa, por exemplo, fora lançado na
32º reunião da APLE, na biblioteca pública municipal Fenelon Barreto em junho
do corrente ano, com uma singela homenagem aos trabalhadores da ferrovia – Rede
Ferroviária do Nordeste. A seguir o meu discurso no dia do lançamento:
Boa tarde a todas e todos!
Gostaria de saudar à mesa na
pessoa do Nobilíssimo Presidente da Academia Palmarense de Letras – APLE, o
Acadêmico Juarêz Carlos e demais confrades e confreiras aos quais saúdo com
Amor, Paz e Harmonia e o Vice-Prefeito do Município dos Palmares Agenaldo Lessa
o qual agradeço pela presença, meus familiares esposa, filhos irmãos e tias e
os familiares de meu Patrono Artur Griz, RossanaGriz, à família ferroviária na
pessoa de Eugênia e Josefa Nascimento, amigos e amigas de luta sindical na
pessoa da professora Irene Lima, Ex-Coordenadora Regional, Meus Senhores,
Minhas senhoras!
Agradeço a presença de cada um e
de cada uma que no dia de hoje, 10 de junho de 2017 deixou sua vida quotidiana
e veio prestigiar esta solenidade de Lançamento de Nosso quarto Livro Diálogo
em Prosa, editado pela CBJE (Câmara Brasileira de Jovens Escritores), cuja sede
é no Rio de Janeiro –RJ.
Agradeço a Deus por ter me dado a
coragem para não desistir por que os desafios são muitos ao longo da caminhada,
desde a inspiração até chegar ao momento final com o lançamento do Livro.
Aos familiares e amigos que
sempre depositaram em mim confiança para continuar produzindo textos coerentes.
Não poderia deixar de agradecer
também aos familiares de meu Patrono Artur Griz, pelo incentivo em divulgar,
eticamente, a vida e obras de seu parente.
Agradecer para mim é fundamental,
principalmente a pessoas que fazem a diferença, principalmente quando se refere
à conquista de um sonho, por isso destaco in memoriam José Inácio do
Nascimento, Almir Gomes do Nascimento, Anderson Arantes Valença do Nascimento pela
ação em dedicar horas de seu tempo à produção de memoráveis textos ora em
prosa, ora em verso.
Agradeço ainda aos editores dos
Jornais Diário de Pernambuco, Commércio e Folha de Pernambuco em Recife, Extra
e Vanguarda de Caruaru, Do Interior e A Notícia de Palmares, pela publicação de
alguns dos nossos textos, em especial Artigos de Opinião, ao longo de duas
décadas e ao mundo virtual, com os blogueiros, internautas, pelas curtidas,
compartilhamentos e comentários em nossas postagens, obrigado!
Obrigado também ao Prefeito do
Município dos Palmares o Exmo. Sr. Altair Júnior seu Vice Agenaldo Lessa por
acreditarem nessa nossa empreitada intelectual a Edson Silva Presidente da
Fundação Casa da Cultura Hermilo Borba Filho que nos recebeu e conheceu nosso
material ainda na fase embrionária.
Eu não poderia deixar de destacar
neste momento ímpar para mim a Academia Palmarense de Letras – APLE na pessoa
de seu Presidente Juarez Carlos, em acatar nossa proposta: fazer o lançamento
de meu livro Diálogo em Prosa, na 29ª Reunião Ordinária da APLE, numa ação
conjunta, com a apresentação da Biografia de Pelópidas Soares, Patrono do
Acadêmico Eduardo Menezes, cadeira Nº 11
Obrigado, obrigado, obrigado!!
Pensei
que fosse céu!
Essa frase me chamou atenção na
música de Vander Lee. Na canção, ele fala sobre os desencantos da vida e eu
falarei de superação. Assim poderei tecer alguns comentários que julgo
importantes sobre o árduo caminho que percorri até chegar ao grande dia de lançarmos
ao mundo, um livro.
Iniciar um projeto para escrever, publicar e lançar um
livro não é fácil, principalmente, quando você é da Cidade dos Poetas e dos
Escritores, conforme LEI
Nº 14.450, DE 25 DE OUTUBRO DE 2011 do Deputado Aluísio Lessa.
Escolher um tema para os textos que irão compor o seu livro, não também
nada fácil, sobretudo por que você precisa antes de tudo, organizar as ideias
sob a perspectiva da complexidade, não no sentido de ser difícil como trazem
nossos dicionários, mas sim articulado, como é definido pelo dicionário
francês. Dar um título ao livro é uma tarefa nada fácil também. Mas, se você usar os ingredientes da
maneira correta, certamente, terá um bomtítulo, Extra e Vanguarda que o digam.
Contextualizar o produto de sua
árdua pesquisa é gratificante, principalmente, porque você é da Cidadezinha
Poética, Artigo publicado no Diário de Pernambuco e no Jornal do Commécio no
mesmo dia, que alegria! E alguns dias depois no Vanguarda de Caruaru. Com esse
artigo parabenizo a cidade por seus 138 anos de Emancipação Política,
destacando uma dezena de nomes pelos quais Palmares ficou e/ou é conhecida.
Além disso, ter como patrono, o autodidata, escritor, poeta, contista,
cronista, jornalista, e ainda acrescento lexicólogo Artur Griz, cuja cadeira é
a quinta, o qual escolhi por várias afinidades dentre elas estão a
perseverança, pois dedicou mais de vinte anos de sua vida escrevendo
uma Enciclopédia, num tempo em que metade da população era analfabeta,
homenageando, “modestamente”, sua família, dando o nome a ela de Enciclopédia
Griz, é desafiador. Além de ter a
cidade como final de linha da ferrovia, como fora descrito na Carta - nos
enriquece - para transportar a produção
açucareira da região e outras mercadorias para várias capitais do país, como
descreveu José Inácio. Tudo isso sob os olhares atentos dessa representação de
ferroviários que estão aqui hoje, é majestoso. Aos quais homenageamos,
nostalgicamente, com a canção Trem Azul do cantor e compositor Zé Ripe.
Redirecionar ou redimensionar,
por várias vezes, a estrutura, a forma ou até mesmo o conteúdo do livro, é
estafante, mas que nos dignifica enquanto escritor versátil, como fui
classificado, outrora por um crítico das artes. Pois precisamos inferir no
texto para dele extrairmos a essência. E, fazendo uso do conhecimento
partilhado, possamos adentrar no mundo textual em busca das pistas
intertextuais para efetuarmos o cálculo da Coerência onde K (cohaerentia, em latim) é igual C de coesão
elevado a quarta potência e assim entender o sentido do texto. Título de meu
primeiro artigo que o JC, amplamente divulgou para o mundo, fiquei muito feliz!
Assim o fizemos em três capítulos, que ficarão para os ávidos leitores
descobrirem.
Permanecer com único título ao
longo da finalização do livro é simplesmente marcante. Aqui neste trabalho,
foram apenas quatro títulos até chegarmos ao atual.
Mas não são somente esses os
desafios. Deixem-me contar-lhes. Quando penso que está tudo concluído vem a
pergunta: Em qual editora publicar...Se se é da cidade dos Palmares, fica tudo
mais difícil ainda. Foram necessárias quatro editoras para conseguirmos fechar
a edição com uma delas, a mais distante.
Quando você fala com as pessoas
de entidades ligadas a educação, cultura em apoiar seu trabalho, principalmente
as que em discursos valorizam a cultura ..., as portas se fecham.
Depois de tudo isso vem o grande
dia para o lançamento. Mas Meu Deus isso de novo!
E como se não bastasse toda essa
caminhada sofrida vem esse pesadelo novamente e por não estarem todas
concluídas as barragens de contenção, que foram prometidas ao povo, glut! glut!
glut!
Novas enchentes. Sabemos que s já
fazem parte do cotidiano do povo da cidade. Ela também foi citada no texto: O
Menino da cabeça cortada.
Mas quero deixar registrado aqui,
que para mim foi muito importante a parceria entre a Prefeitura Municipal dos
Palmares na pessoa do Exmo. Sr. Altair JúniorPrefeito seu Vice Agenaldo Lessa e
da Fundação Casa da Cultura Hermilo Borba Filho através de seu Presidente Sr.
Edson Silva pela autorização em colocar a chancela da Fundação no Livro Diálogo
em Prosa, é animador!
Os obstáculos sempre existirão.
Caberá a nós, portanto, o discernimento para vencê-los. Assim como a florzinha
fez quando se sentiu ameaçada pelo besouro intrujão na Fábula o besouro e a
Flor:
*
O Besouro e a Flor
Havia numa grande mata próxima à Cidadezinha
Poética um belo jardim repleto de besouros e rosas. Eles conviviam
pacificamente no lugar. Cada qual respeitava o espaço do outro.
Todos os dias pela manhã, quando o vento
acordava, se repetia o movimento dançante das plantas que se moviam alegremente
de um lado para o outro como se estivessem bailando ao ouvir uma sinfonia de
Beethoven. Os amigáveis besourinhos faziam o mesmo. Até quando certo besouro
resolveu mudar essa passividade. E antes mesmo das rosas desabrocharem o
besouro atrevido, atraído pelo pólen das flores, descia sobre elas a fim de
nutrir-se de seu néctar, como se fosse uma abelha impedindo que os beija-flores
e as abelhinhas pudessem contemplar todo o seu esplendor botânico. Era um tempo
de muita tensão para a flora daquele lugar.
Um dia uma rosa ainda novinha, vendo o que
acontecia com suas amigas, resolveu dar um basta nesse desconforto que
atormentava as flores do jardim. Pois em breve também iria desabrochar para a
vida e não gostaria que isso acontecesse com ela. Resolveu então conversar com
o vento e com os espinhos que contornavam o caule onde elas estavam para
ajudarem a pregar uma peça no besouro folgado e expulsá-lo uma vez por todas
daquele belo jardim, que era assombrado todos os dias pelos ataques que o
besouro barulhento fazia às delicadas rosas.
O dia chegou. Lá vinha ele: o carrancudo
besouro. Pousando nas belas rosas – antes mesmo que elas abrirem-se para o
mundo, completamente. Quandoelas menos esperavam, pousava em suas delicadas
pétalas e roubava seu néctar, antes mesmo de ele estar concluído. E o que é
ainda pior: contaminava o que sobrara, impedindo que o processo natural se
realizasse.
Ao observar o besouro intrujão na rosa ao seu
lado, a pequenina flor conclamou ao vento forças para que agisse, conforme o
combinado, pois seria ela a próxima vítima daquele esfomeado inseto. E assim
ele o fez. Soprou, soprou e soprou...
Quando o besouro abelhudo pousou de mansinho
suas “patas” numa de suas pétalas–ainda suadas pelo orvalho – ela, juntamente
com outros galhos de rosas balançavam-se ao som da oitava sinfonia, fazendo
movimento uniforme para a direita e para a esquerda, de um lado para o outro,
até o hóspede não desejado se desprender de parte suas pétalas e cair,
escorregando, lentamente pelo caule, exprimido pelos espinhos que a cada
balanço faziam questão de contribuir com o feito cutucando-o vagarosamente, até
próximo do chão.
Renovada, a florzinha exclamou:
- Jamais se deixe enganar pelo medo de
tentar. O diálogo é a melhor maneira para a mudança de atitude!
* Esta Fábula nasceu quando comprei a
Enciclopédia Griz em 2015 em cujas folhas amareladas pelo suor do tempo,
traziam esmagados, um fóssil – besouro – ou um vegetal – flor - ambos
empalidecidos pelo tempo.
Como diz o título do texto:
pensei que fosse céu, mas refletindo sobre tudo que fora apresentado aqui
podemos dizer que ele é uma realidade.
Grande abraço a todos!!!
Obrigado!
Obrigado!
Obrigado
LAM - Quais projetos você tem por perspectiva realizar?
Embora
saibamos da incerteza do futuro, tenho os seguintes projetos:
Na área
da Educação ingressar no Mestrado em Língua Portuguesa. Continuar socializando
os jogos pedagógicos junto à população estudantil na educação básica: nos anos
iniciais e finais do Ensino Fundamental, Dominando a Acentuação Gráfica e
Desembaralhando Verbo, inclusive com a publicação de um trabalho científico
sobre eles. Conclusão do quinto livro: A Aplicabilidade das Inteligências
Múltiplas na Educação Básica, do sexto Palmares: em cada Canto um Conto e o
Romance O Riso do Beija Flor, Além do
livro de Poesias A Coerência em Poesias.
É isso aí.
Veja mais aqui.