NEUROEDUCAÇÃO & PRÁTICAS PÉDAGÓGICAS NO ENSINO-APRENDIZAGEM – APRESENTAÇÃO - O
presente trabalho é resultado dos estudos do Grupo de Pesquisa Neurofilosofia & Neurociência Cognitiva,
concernente à pesquisa de campo realizada no projeto acadêmico sob a temática
da Neuroeducação:
relação
escola, professor e aluno na Educação Pública de Maceió (MACHADO, 2016;
MACHADO, 2016b; MACHADO, 2015), em 2015, envolvendo alunos e professores do
Ensino Médio, bem como gestores de duas escolas do Centro de Estudos e
Pesquisas Aplicadas (CEPA), a Escola Estadual Moreira e Silva, por meio da
gestora Ely Quintela Lisboa Carvalho, e a Escola Estadual Pricesa Izabel, com
as gestoras Sônia Suely Araújo Ferreira e Valquíria Balbino da Silva, em Maceió
– AL, destacando o papel da neuroeducação no processo de ensino-aprendizagem e
na qualidade de vida de docentes e discentes. Estes estudos tiveram por base as
atividades desenvolvidas pelo neurocientista Joe Z. Tsien (TSIEN, 2007), o
Programa de Enriquecimento Instrumental (Feuerstein's Instrumental Enrichment - FIE), do psicólogo Reuven Feuerstein (FEUERSTEIN, 1980),
possibilitando o desenvolvimento da Teoria da modificabilidade cognitiva
estrutural (MCE) e da Teoria da Experiência da Aprendizagem Mediada (MLE), bem
como pesquisas nas áreas da Neurociência Cognitiva e nas ideias de Freire
(1983), Alves (2008), Vygotsky (1991), Freire (1987), Vygotsky (1991b), Nicida
(2014), Mietto (2014), Moralles (2014), Carvalho (2014), Olivier (2013), entre
outros, no sentido de verificar as práticas pedagógicas adequadas ao processo
de ensino-aprendizagem à luz da Neuroeducação. Por essa razão, a presente
palestra procura enfatizar a promoção de técnicas e conhecimentos acerca dos
fundamentos e aplicações das Neurociências, especificamente da Neuroeducação,
para o melhor desempenho das práticas pedagógicas no processo de
ensino-aprendizagem. Aborda desde a constituição do Sistema Nervoso e o seu
desenvolvimento, as perspectivas holísticas da educação, a leitura do mundo e a
dialogicidade, as dificuldades de aprendizagens, as condutas comportamentais
adotadas na prática pedagógica articuladas com o princípio da afetividade,
criatividade e inovação para um efetivo processo de ensino-aprendizagem.
JUSTIFICTIVA - Justifica-se a realização do presente
trabalho, em primeiro lugar, em face de a educação ter assumido importante
papel nas pautas de discussões mundiais e, por isso, vários debates envolvem as
questões concernentes à relação entre a escola, os professores e os alunos, relativas
ao processo de ensino-aprendizagem. Tais questionamentos se evidenciam em virtude
das mudanças ocorridas durante a década de 1990, por força da edição da Lei
9.394/96, de 20 de dezembro de 1996, estabelecendo as Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB), reafirmando que a educação abrange os processos
formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no
trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e
organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais, na promoção da
formação e preparação para vida, para o trabalho e para o exercício da
cidadania. Ao se abordar as questões atinentes à relação entre a escola, os
professores e os alunos, surge a necessidade de observar as questões atinentes
às praticas docentes referentes ao ensino-aprendizagem, por envolver currículo,
a interação com o aluno, os conteúdos e competências requeridas, a produção e
reprodução do conhecimento, a infraestrutura e os recursos utilizados, a
integração escola/comunidade, entre outros, possibilitando uma leitura crítica
do mundo, a dialogicidade e a interação entre docentes e discentes na prática
educativa. Justifica-se, em segundo lugar, pela necessidade de adoção por parte
da escola e dos professores de conhecimentos acerca da relevância do sistema
nervoso na vida do ser humano, especialmente pela adoção de conhecimentos nas
áreas de neurociências e, mais especialmente, da neuroeducação, possibilitando
a todos melhor perfomance de aprendizagem e, consequentemente, melhor qualidade
de vida. Tal justificativa se embasa no fato de que a neurociência está voltada
para a aprendizagem e de como o cérebro se torna aprendente e aprende,
entendendo-se a forma como as redes neurais desenvolvem suas atividades e de
que maneira se processa o trânsito dos estímulos que chegam para ação cerebral
de recepção, decodificação, consolidação e armazenamento das informações
recebidas e memorizadas. Assim sendo, faz-se conveniente expressar que a
neuroeducação ou neuroaprendizagem é a ciência que estuda a ação do cérebro
aplicada à educação e à aprendizagem, voltada, assim, para situações de
aprendizagem em ambiente clínico e educacional, para compreensão e domínio dos
processos mentais que atuam na relação ensino-aprendizagem, com o objetivo de
promover o desenvolvimento e crescimento humano. Por essa razão, esse campo
neurocientífico procura compreender as atividades cerebrais e as emoções no
processamento das informações para garantia da assimilação, apreensão,
manutenção da memória, recuperação e uso das informações. A motivação para
realização da palestra se encontra no fato de poder contribuir para melhoria
das práticas pedagógicas pelo embasamento da dialogicidade, afetividade,
transversalidade, inclusão, criatividade e inovação no processo de
ensino-aprendizagem. Por conta disso, está direcionada para professores da
Educação Básica, Educação Especial e Profissional.
OBJETIVOS: Geral: Destacar a importância da
Neuroeducação na prática pedagógia com relação ao processo de
ensino-aprendizagem. Específicos: Apresentar noções neurocientíficas que
embasam a Neuroeducação no fomento da aprendizagem escolar; as perspectivas
holísticas da educação contemporânea na formação e no exercício da cidadania,
articuladas com a neuroeducação, transversalidade, dialogicidade, leitura
crítica do mundo e princípio da afetividade; as práticas docentes investidas de
criatividade e inovação, embasadas por fundamentos neuroeducacionais na
condução do processo de ensino-aprendizagem. Em síntese, o objetivo da presente
palestra está direcionado para identificação do papel da neuroeducação na
educação e na melhoria da qualidade de vida e do processo de
ensino-aprendizagem.
MARCO TEÓRICO - 1.1 O Sistema Nervoso: O sistema nervoso, em
conformidade com Lent (2008), Machado e Haertel (2014), Conseza e Guerra
(2011), Krebs, Wienberg e Akesson (2013) e Muszkay, Mello e Rizzutti (2010), é
sumamente importante por ter a responsabilidade de regulação dos mecanismos
garantidores da sobrevivência humana, tais como respiração, liberação de
hormônios, digestão, regulação da pressão arterial, sensações, movimentos
voluntários, comportamentos, entre outras. Este sistema possui a capacidade de
modificação diante da ação de estímulos ambientais com a ocorrência da formação
de novos circuitos neurais que reconfiguram a árvore dendrítica e alteram a
atividade sináptica de determinados circuitos e grupos de neurônios. A esse
processo do sistema nervoso, segundo Kirstensen, Almeida e Gomes (2001), é dado
o nome de plasticidade, caracterizada pela transformação constante por que
passa o sistema, permitindo a aquisição de novas habilidades cognitivas,
motoras e emocionais, além de aperfeiçoar as habilidades já existentes. O sistema
nervoso, conforme Machado e Haertel (2014), é dividido em sistema nervoso
central, periférico e autônomo. O sistema nervoso central compreende as
estruturas que se encontram localizadas na caixa craniana e na coluna
vertebral, envolvendo na primeira o encéfalo, composto pelo cérebro, cerebelo e
tronco encefálico, enquanto que a segunda envolve a medula espinhal. Assim, por
ser o órgão de coordenação da atividade corporal humana, esse sistema possui
outras funções, além dessa coordenação que são específicas como a motora e a
sensibilidade, contribuindo para o normal funcionamento dos sentidos humanos e
expressão dos afetos e da linguagem. Há que se considerar que nesse sistema, na
observação de Lima et al (2014), ocorrem doenças mentais de base orgânica
identificas como neuropsicopatologias, como também são incluídas as síndromes
comportamentais e os transtornos mentais orgânicos, sintomáticos e do
desenvolvimento psicológico. O sistema nervoso periférico compreende as
diversas estruturas do sistema nervoso que se encontram distribuídas por todo
organismo humano, tais como nervos espinhais e cranianos, gânglios e
terminações nervosas. O sistema nervoso autônomo, em conformidade com Krebs,
Wienberg e Akesson (2013), também recebe a denominação de sistema nervoso
visceral ou neurovegetativo, integra o sistema nervoso como parte relacionada
ao controle das funções da respiração, temperatura, homeostase, circulação do
sangue e digestão. Em vista disso, compreende-se que o sistema nervoso em sua
completude possui uma enorme complexidade funcional e anatômica. A compreensão
dessas atividades possibilita o aperfeiçoamento das diversas funções cerebrais,
proporcionando intervenções eficazes para o processo de aprendizagem. 1.2 A Neuroeducação:
As Neurociências, conforme Machado (2008), são compreendidas como o estudo
científico que se desenvolve acerca dos aspectos de desenvolvimento,
funcionais, estruturais, celulares, moleculares, evolutivos e médicos do
sistema nervoso. Surgida no sec. XX, a neurociência se desenvolveu como campo
cientifico, agregando conhecimentos oriundos das mais diversas áreas, voltados
para o tratamento das doenças neurológicas, buscando conhecer o funcionamento
cerebral e melhoria da qualidade de vida do ser humano, notadamente no
desenvolvimento de papel importante na área de educação, tornando-se guia para
elaboração de estratégias de ensino-aprendizagem. Os estudos realizados na área
das neurociências possibilitaram o entendimento de que o processo de
aprendizagem se dá por meio da modificação dos comportamentos humano, quando
ocorre um novo conhecimento para uma nova habilidade, seja ela de natureza
cognitiva, psicomotora ou afetiva. Esses estudos levaram ao entendimento de que
a aprendizagem possui íntima dependência da interação entre o individuo e o seu
meio, tornando-se significativa com da adoção educacional da prática inclusiva,
criativa e inovadora, afastando segregação ou discriminações. Tal fato
proporcionou a abertura de novos horizontes, especialmente pelo fato de que na
aprendizagem há a necessidade física de mudança cerebral com o crescimento das
espículas dendríticas para que o comportamento seja devidamente modificado. Com
essas mudanças cerebrais é que ocorre a consolidação da aprendizagem,
resultantes do aumento das espinhas dendríticas hoje acompanhadas e monitoradas
por meio de equipamentos que identificam as atividades neurais. Por
consequência, os estudos neurocientíficos possibilitaram o entendimento de que
a aquisição de novos conhecimentos e habilidades que resultam na aprendizagem,
proporciona a mudança do comportamento, em razão da informação ou conhecimento
recolhido que passou da memória operacional para ser consolidado na memória de
longo prazo. Para que isso ocorra é preciso que haja equilíbrio em diversas
funções físicas, principalmente do equilíbrio do sono para que tal aprendizagem
seja efetivada, entre outras medidas que envolvem criatividade e inovação. Percebeu-se,
portanto, que as descobertas e avanços ocorridos na área da neurociência relacionada
com o processo de ensino-aprendizagem, tornaram-se indubitavelmente importantes
para a área educacional, tendo em vista as direções tomadas para o estudo do
cérebro que aprende. Tal fato se deve à constatação de que a aprendizagem e
todo processual educacional envolve processos neurais que estão relacionadas
com as atividades sinápticas do complexo e maravilhoso processamento de reação
de estímulos do ambiente efetuado pelo cérebro, efetuando ligações entre os
neurônios, tornando-se intensa a comunicação entre os estímulos que transitam
para formarem circuitos processadores das informações que serão consolidadas na
mudança comportamental. Tem-se, com isso, a certidão de que a neurociência
passou a desvendar a função matricial do cérebro no processo de aprendizagem,
por meio da identificação das funções dos lobos, sulcos, regiões e reentrâncias
cerebrais de forma interativa e articulada entre si. Tais funções consolidam a
memória e possibilitam o mecanismo da atenção, da memorização, da cognição, da
escrita e da linguagem. Por consequência, tais conhecimentos proporcionaram a
adoção de estratégias adequadas para o ensino-aprendizagem, contribuindo,
assim, para aquisição, produção e reprodução do conhecimento, bem como da
melhoria da qualidade de vida do sujeito na prática educacional. A
neuroeducação foi criada por Susan Leigib com o objetivo de trabalhar com as
informações do sistema mental com base no conceito do mapa holográfico
cerebral, construído pelo cérebro na codificação da realidade. Compreende,
portanto, um composto de técnicas com estrutura da mecânica quântica que permite
a neuroprogramação das matrizes de inteligência, para intervenção em áreas
específicas do sistema mental e criação de possibilidade que potencializem as
matrizes lógicas. Trata-se de um processo que objetiva a potencialização do uso
cerebral por meio do processo educacional, a partir do conceito de tela mental
e imaginação por meio de ferramentas capazes de intervir sobre as deficiências
ou dificuldades de aprendizagem para torná-la fácil, rápida e acessível a
todos. Por consequência, esse ferramental possibilita ao sujeito atingir o
máximo potencial de funcionalidade e capacidade para melhoria da qualidade de
vida do individuo. Assim sendo, a neuroeducação é a área científica que estuda
e procura compreender os distúrbios, doenças nervosas e mentais que afetam o
processo de aprendizagem, possibilitando ao profissional da educação na
identificação de problemas que possam ocorrer na sala de aula. Além disso, atua
na identificação e tratamento das dificuldades de aprendizagem, deficiências de
audição e visão, dislexia, discalculia, dispraxia, gagueira, hiperatividade e
desordem de atenção, disfunções cerebrais e do desenvolvimento, retardamento
mental, lesões cerebrais, além de doenças sistêmicas e doenças mentais como
depressão, ansiedade, entre outras. Está voltada para tornar o ato de estudar,
frequentar escola, leitura de livros, pensar, aprender novas coisas como uma
atividade muito interessante, prazerosa, fácil e ao alcance de todos, com o
objetivo de trabalhar na superação de incapacidades de aprendizagem e para
expansão dos conhecimentos específicos. Assim sendo, a neuroeducação atua no
tratamento das dificuldades de aprendizagem no estudo formal, memorização,
execução de instrumentos musicais, concentração e motivação, entre outras
atividades. Em vista do exposto, a neuroeducação e neuroaprendizagem objetivam
a criação das melhores condições de ensino e aprendizagem, tanto para os
profissionais da educação como para os clínicos em geral. Atua, portanto, na
identificação, compreensão e criação de estratégias que possibilitem o
desenvolvimento e estimulação dos processos neurocognitivos fundamentais que
envolvem o ato de aprender. Além do mais, procura criar métodos eficazes de
ensino-aprendizagem nas mais diversas situações, compreendendo as bases
neurocientíficas dos processos que envolvem a relação ensino-aprendizagem,
identificação dos perfis neuropsicológicos na normalidade e nos principais
transtornos que possam ocorrer no processo de aprendizagem; aplicação prática
de conhecimentos e estratégias neurocientíficas que possibilitem a garantia de
um melhor processo de ensino-aprendizagem; desenvolvimento e aplicação de
estratégias de ensino na educação especial com o objetivo da inclusão escolar e
social. Há que se evidenciar que o acompanhamento e participação do
profissional do psicólogo ou de profissionais da área neurocientífica na
educação é de suma importância também para o caso de identificação de
dificuldades ou enfermidades, na indicação de psicofármacos que sejam benéficos
para melhoria da aprendizagem, minimização de problemas comportamentais ou
interferência nas dificuldades de relação na vida escolar. A parceira educação
com as neurociências indubitavelmente proporciona melhorias eventuais pela
melhor compreensão que se terá do quadro clínico de cada aluno que se encontre
com deficiência ou dificuldade, para instaurar um efetivo quadro de inclusão
social e escolar. 1.3 A criatividade e a inovação no ambiente escolar: As mudanças
ocorridas nas últimas décadas em todo planeta se manifestaram de forma profunda
na transformação da sociedade e afetando diretamente as relações individuais e
coletivas. A partir de então, a criatividade e a inovação passou a ser o
requerimento de toda organização, a partir de uma base pautada no conhecimento
e na competência, como ferramentas indispensáveis para enfretamento da
turbulência contemporânea. Em vista disso, observa-se o quão importante é a
motivação no contexto da gestão de pessoas no complexo organizacional
contemporâneo, sobretudo educacional. Tem-se, portanto, que para o
enfrentamento das mudanças e dos desafios turbulentos da atualidade, faz-se
necessária a adoção de práticas voltadas para a criatividade e a inovação na
gestão de pessoas, nos negócios contemporâneos e no processo de
ensino-aprendizagem. Encontra-se em Gomes e Lapolli (2015, p. 19) que “Os
estímulos à criatividade e à inovação têm sido estudados por vários teóricos e
gestores das organizações interessadas em sobreviver no mercado competitivo em
que estão inseridos”, chamando a atenção para a relação estreita existente
entre a inovação e o ambiente, sendo esta relação um dos fatores mais
importantes para o estímulo da criatividade. Nesse sentido, observam Sternberg
e Lubart (1999) que os fatores estimulantes à criatividade e inovação são
aqueles ambientes em que as diferenças são aceitas e incentivadas para
confronto com os riscos e premiação da inovação, fomentando a autonomia e a
liberdade de criação. Para Alencar e Fleith (2003), são justamente o hábito, a
intolerância, o apego a tradições, a rigidez e o formalismo no tratamento das
relações interpessoais que formam os fatores que são identificados como
barreiras à inovação e, por consequência, inibidores do processo de
criatividade no ambiente organizacional escolar. Chama atenção
Csikszentimihalyi (1999) que a criatividade por ser associada à atividade
artística e está intimamente ligada à inovação, tornando-se, por isso, dois
conceitos unificados, tendo em vista que a capacidade criativa possui a
definição conceitual de habilidade inovadora para geração de ideais, soluções e
alternativas para um determinado problema apresentado e que, por sua vez, a
inovação é identificada como a capacidade de traduzir e converter ideias para
aplicação em um determinado momento. Hill e Amabile (1993) expressam que o
desenvolvimento de potencialidades criativas inatas em qualquer ser humano,
podem ser evidenciadas por meio de técnicas de grande valor no âmbito
empresarial e escolar, fomentando o processo criativo no ambiente
organizacional. Anotam Amabile et al (2005), que o processo de criação de
ideias e sua utilização inovadora é determinado por um processo de aplicação
que proporciona a solução de problemas e formulação de estratégias de
transformação e mudança, permitindo a adaptação organizacional a um novo
cenário ou nova situação. Esse processo, para Hill e Amabile (1993), possui
fases que são identificadas inicialmente na definição de detecção do problema,
a geração e seleção de ideias, e a fase final que é a do consenso e a
implementação da ideia desenvolvida. Acrescentam Alencar e Fleith (2003), que
esse processo inovador deverá ser submetido a um contínuo processo de revisão
para que a criatividade se torne um hábito e uma atitude presente no ambiente
organizacional. Nesse sentido, Mussak (2010), chama atenção para a atitude
criativa que se define na procura incessante de alternativas que visualizem a
solução ou formulação dessa solução por meio de respostas a um problema ou
situações existentes. Por conta disso, expressam Souza et al (2015), que a
criatividade possui relação direta com a utilização permanente de métodos e
mecanismos que não se encontram no contexto de lógicas tradicionais ou esquemas
preestabelecidos, apoiando-se, portanto, em atitudes criativas que buscam novas
ideias, novos parâmetros lógicos, novos enfoques e métodos diferentes para
reinterpretação da realidade, com a finalidade de encontrar e interceptar
problemas e suas respectivas soluções. Desta forma, a criatividade, para Souza
et al (2015), é a constante procura por alternativas para formulação de
soluções em situações existentes para a mudança, correspondendo, portanto, a
uma estratégia competitiva. Conclusivamente observa-se que o conhecimento
ofertado pelas neurociências acerca da função do sistema nervoso, possibilita
uma maior compreensão entre os comportamentos e sintomas dos alunos que se
encontrem na condição de sadios, como aqueles que apresentem dificuldades ou
enfermidades que possam ser tratadas. Tem-se que esse conhecimento possibilita
a aptidão efetiva e de forma ampla para compreensão das relações existentes no
processo de ensino-aprendizagem. Percebe-se, portanto, que a articulação da
neurociência e neuroeducação contribuem para a prática educacional na relação
ensino-aprendizagem, por se encontrarem relacionadas com a percepção das
emoções e das cognições que se fazem presentes nas relações sociais e
educacionais. Tendo em vista a importante ação e função do cérebro no organismo
humano, ficou compreendido o comportamento humano é o resultado da atividade
exercida em conjunto pelas células nervosas que compõem as redes neurais e que
se constituem no sistema nervoso do ser humano. As mudanças de comportamento
humano dependem diretamente do número de neurônios e das substancias químicas
resultantes das suas atividades, bem como das conexões neurais organizadas nas
trocas de informações sinápticas. Tendo-se o fato de que o cérebro é o
importante órgão que se encontra responsável pela aprendizagem e que, por outro
lado, os professores e educadores atuam em suas práticas profissionais no
fornecimento de estímulo que serão direcionados para identificação,
consolidação, seleção, decodificação e armazenamento dessas informações,
possibilitando, assim, o desenvolvimento do aprendizado e mudanças de
comportamento, visualiza-se com isso, que as neurociências e a neuroeducação
assumem papel relevante na prática educacional, notadamente na relação
ensino-aprendizagem, por terem por foco o estudo e as pesquisas acerca do
sistema nervoso, suas células e moléculas, órgãos, estruturas e funções
específicas que incidem diretamente nas mudanças do comportamento humano. Os
avanços nessas áreas científicas trouxeram uma maior compreensão do
funcionamento e operação do sistema nervoso, notadamente acerca das funções e
atividades do cérebro, possibilitando uma melhor adoção de praticas cientificas
no processo educacional. Faz-se mister, portanto, que preocupando-se com o
processo de ensino-aprendizagem, há que se valorizar substancialmente os
conteúdos oriundos das áreas científicas estudadas, entendendo que cada uma
delas favorece uma prática educacional mais consistente, humanizada e
inclusiva. Por conta disso, está mais do que claro o destaque da importância da
neuroeducação pelo devido conhecimento e compreensão dos processos cerebrais,
sinapses, funções, estruturas e atividades, percebendo o quão necessário se faz
para se entender as necessidades e potencialidades dos alunos na sala de aula. Tais
conhecimentos adquiridos embasam e robustecem o arcabouço intelectual do
profissional de educação e de outras áreas, no atendimento das necessidades dos
alunos, experimentando possibilidades de entendimento acerca da apreensão de
conteúdos, promoção de habilidades e competências, bem como de se entender o
trâmite do processo de aprendizagem que vai desde a recepção do estímulo e os
demais processos neurais até a apreensão e armazenamento dos conhecimentos. Com
isso, entende-se que a Neuroeducação possibilita a adoção de estratégias
educacionais para uma adequada forma de ensino-aprendizagem, garantindo o
aprender de todas as formas, possibilitando que esse aprender seja determinantemente
efetuado de formas a promover habilidades e competências.
A PALESTRA - A palestra tem uma duração prevista de
1:30hs, com exposição de slides e apresentação de técnicas e estratégias que
possibilitem o desenvolvimento de uma prática pedagógica afetiva, dialógica,
inclusiva, transversal, criativa e inovadora no processo de
ensino-aprendizagem. Para tanto se faz necessário a utilização de equipamentos
como pedestal, microfone e projetor de slide. Honorários do palestrante: R$
1.200,00 (Hum mil e duzentos reais).
O PALESTRANTE- Luiz Alberto Machado é cantautor radialista e
pesquisador nas áreas de Direito, Educação & Psicologia. Contato: Fones:
(81) 99996.1579 & (81) 99606.4436 Mail: luizalbertomachado@gmail.com ATIVIDADE
ACADÊMICA: Participa do Grupo de Pesquisa: Neurofilosofia & Neurociência
Cognitiva e do Grupo de Pesquisa Psicologia Social & Formação Humana –
Cesmac – Maceió – AL TRABALHOS ACADÊMICOS: Cidadania,
Educação & Meio Ambiente – Palestra apresentada no Projeto
PROTEJO-Maceió, Fundação Darcy Ribeiro/ Ministério da Justiça/Pronasci, 2010
(também apresentada em diversas escolas, faculdades e instituições). Brincar para aprender – palestra/paper
apresentados durante a V Bienal Internacional do Livro de Alagoas –
Universidade Federal de Alagoas – 2011. Contribuição
do teatro para o desenvolvimento da linguagem infantil: uma abordagem acerca da
teoria de Vygotsky – Palestra/paper apresentados durante o IV Congresso de
Psicologia – Uninove – SP, 2014. Neurofilosofia
& Contemporaneidade – Palestra apresentada no Café Filosófico/O Nordestão
– Palmares – PE, 2017. A Literatura de
Hermilo Borba Filho, palestra apresentada durante o Congresso de Educação,
Ciência e Cultura: centenário de Hermilo Borba Filho, na Biblioteca Ascenso
Ferreira/Aemasul/Famasul/Palmares-PE. Hermilo
Borba Filho e a cultura popular, no Festival Arte na Usina – Safra 2017, em
Água Preta/Xexéu- PE. Oficina Literatura
de Cordel – realizada em diversas escolas, bienais, faculdades e
instituições, durante os anos de 2010-2016. PUBLICAÇÕES: É autor de 6 livros de poesias, 8 de literatura
infantil, 2 de crônicas, 1 de estudos acadêmicos & 1 folheto de cordel. Inserido
em diversas antologias, entre elas Poetas de Palmares (Nordestal, 1986), Poetas
de Maceió (Bagaço, 2012) e Guardados e escritos (Guarajás-RJ, 2008). Edita os
blogs: BRINCARTE DO NITOLINO (dedicado
ao público infanto-juvenil, abordando temas das áreas Educação, Direito,
Psicologia e Artes – Literatura, Música e Teatro): http://brincabrincarte.blogspot.com.br/ & BLOG
DO TATARITARITATÁ: http://blogdotataritaritata.blogspot.com.br/
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