Ancorei em Maceió por volta do segundo semestre de 94, meados
de junho, oriundo da vizinha terra pernambucana.
Levado pela mania de pesquisar e conhecer tudo avidamente
deslumbrava-me com a beleza exuberante natural que distava do Pontal até Riacho
Doce, ao mesmo tempo que ia me esgueirando em conhecer melhor as virtudes
altaneiras locais.
Não posso negar que já visitara a cidade outras vezes, às
carreiras, e sempre saía daqui sem saber nem mesmo distinguir um beco de
qualquer avenida. Aproveitava, então, agora a oportunidade de aqui residir e
desfrutar dessa paisagem paradisíaca.
E foi numa dessas investidas que me deparei com o livro
"Dos destroços, o resgate", de Arriete Vilela, uma escritora natural
da cidade de Marechal Deodoro - a primeira capital de Alagoas -, mestra em
Literatura e premiada nacionalmente, reunindo uns contos de infância com gosto
de caju, brincadeiras e reminiscências. Coisas telúricas me buliam por dentro e
repassava na minha memória engenhos, animais, avós e muita peraltice. Era tudo
muito cristalino feito água de brejo que a gente timbunga ao som da
passarinhada, ao gosto da mais diversa fruteira, no eflúvio da mais singela
alegria. Assim, era tudo transparente na narrativa de coisas vivas e
sentimentais.
Reforço que não foi fácil encontrar nas livrarias da cidade
livros de novos autores, somente e, ainda, com dificuldade, Jorge de Lima,
Graciliano Ramos ou Ledo Ivo, ou, e olhe lá, nem isso nelas. Quando muito, um
poema ou uma crônica desses novos autores alagoanos, uma vez por semana, no
caderno cultural da Gazeta de Alagoas. Mas eu queria gente mais próxima, gente
andando na traquinagem da arte, no aqui agora, coisa difícil ainda hoje, até.
Foi quando inventei, já por volta de 96, de fundar o
periódico Nascente - Publicação
Lítero-Cultural - tentando preencher esta lacuna. Que pretensão a minha! E
lá se foi o número inaugural, dois, três; recebia mais colaborações do Brasil
inteiro e até do exterior, menos de Maceió ou Alagoas.
Não enverguei o propósito e parti disposto, lançando edição
com uma entrevista que havia feito com Djavan. Pensei, agora escancaro este
território. Nada, eu circulava e sonhava numa barraca da orla da Ponta Verde,
distribuindo gratuitamente a edição de cinco mil exemplares e nada acontecia.
No meio da boêmia tive um estalo: vou entrevistar Arriete Vilela. Cascavilhei
os livros dela nas livrarias, nada. Endoidei e não sei como descobri um
telefone de contato.
O Nascente já estava, parece, pela edição seis ou sete.
Liguei com a maior cara de pau e disse: quero entrevistar Arriete Vilela! Quem
é? Expliquei tudo e a pessoa, ao telefone, alegou que transmitiria o recado.
Não senti firmeza e esperei.
Uns dias mais, consegui marcar a entrevista; nós nos
encontramos e ela, gentilmente, autografou o "Ócio dos anjos
ignorados", recém lançado. Saí dali duplamente satisfeito: com a
entrevista e com o livro. Preparei a edição e mandei brasa. Deixei uns duzentos
exemplares na portaria da residência dela e depois ela me presenteou com uma
visita, querendo mais alguns exemplares. Foi aí que interpelei por um poema
para a seção "Poético" do nosso tablóide. Ela me entregou o poema
"Teus Olhos". Enquanto lia, surgia uma melodia na minha alma, tomando
conta, parindo pronta, de vez. A canção crescia, se perdia de mim pelos poros,
pelas vísceras, pelos nervos, atravessava o coração pactuado animicamente. Era
o poema da alma escrito com a carne do corpo. Era flagrar a oferenda do avesso,
o fio da meada, o poliedro do postigo da vida, essa vida que é a volúpia dos
tons de Piazzola: "o gozo de sermos campos lavrados por sôfregas ilusões
pagãs".
O pacto entre a canção e o poema alinhavava fantasias e
avessos: o amor desordenado, a crueza do espinho fincado na carne, a solidão da
noite, "o modo licencioso de apossar-me da alma humana".
A partir de então, a literatura de Arriete cresceu-me:
"Vadios afetos" e "Tardios Afetos", em 1999, e a quarta
edição de "Fantasia e Avesso", agora em 2001. Eu lia como se tivesse
o prazer de ouvir a Ária na corda de sol ou a Bachianinha n.º 5, revolvendo a
raiz da terra com a menina frente ao mar dos olhos da mãe na boquinha da noite,
"sobre o peito de maduros amores mortalmente desinventados". Eu
descobria a diferença entre ser e estar alegre no meio das errâncias, quebrando
a frieza e afiando a lâmina da poesia, apascentando feras, quitando os débitos
do patrimônio sentimental, mergulhando no abismo do anonimato de todas as dores
e felicidades, descobrindo os enredos da alma traduzível, livre, como aves de
arribação no exercício secreto da descoberta dos estilhaços, exorcizando o
duelo da palavra neste mundo insólito como um ácido no corte: a desumanidade
embaçando a memória dos que carecem de ilusão.
O seu depoimento com todas as paixões do ser, saindo com o
coração pela boca até se entregar na palma da mão: tudo muito cristalino como a
menina Arriete, tudo transparente na transcendência imanente da comunhão
poética de Arriete. Era, afinal, a revelação da menina comungando sonhos no
vórtice do universo.
Por essa e por todas as razões, do sisifismo do menino que
fica adulto e volta a ser menino nos dias e nas noites, que alimento essa
natural e cristalina maneira de amar Arriete, sempre Arriete Vilela.
ENTREVISTA – A alagoana Arriete Vilela é natural da
cidade de Marechal Deodoro. Ela é mestra em Literatura Brasileira e professora
aposentada da Universidade Federal de Alagoas.
Vários
de seus livros publicados já foram premiados e já estão com diversas edições. Dentre as suas obras estão: Para além
do avesso da corda (Edufal, 1980); Pequena história da meninice e outras
estórias (Edufal, 1981), que recebeu o Prêmio Carlos Paurílio – Grupo Literário
Alagoano; Remate (Edufal, 1983);
Carlos Moliterno: vida e obra (Edufal, 1985) que foi contemplado com o Prêmio
Comendador Tércio Wanderley – Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas
e, também, o Prêmio Organização Arnon de Melo – Academia Alagoana
de Letras; O poeta popular José Martins dos Santos (Edufal, 1986);
Fantasia e avesso (alcançando quatro edições de 1986/2001); Farpa (Sergasa,
1988), que ganhou o Prêmio Romeu Avelar – Academia Alagoana de Letras; A rede
do anjo (Gráf. Ed. Gazeta de Alagoas, 1992); Dos destroços, o resgate (em
segunda edição, 1994/1999), que recebeu o Prêmio Romeu Avelar – Academia
Alagoana de Letras e o Prêmio Malba Tahan – Academia Carioca de
Letras e União Brasileira de Escritores / RJ; O ócio dos anjos ignorados
(Gráfica Ed. Gazeta de Alagoas, 1995) Prêmio Cecília Meireles – União
Brasileira de Escritores – UBE; Tardios afetos (Gráf. Ed. Gazeta de Alagoas,
1999); Vadios afetos (Gráf. Ed. Gazeta de Alagoas, 1999) Prêmio Jorge de Lima
- Academia Carioca de Letras e União Brasileira de Escritores
/ RJ; Artesanias da palavra (Coletânea de poemas com Gonzaga Leão,
José Geraldo Marques, Otávio Cabral e Sidney Wanderley - Grafmarques, 2001);
Maria Flor etc (com 2 edições em 2002); Grande baú, a infancia (Edufal,
2003); Frêmitos (Grafmarques, 2004); A Palavra sem Âncora (Maceió, AL, 2005); e
Lãs ao vento (Gryphus, 2005), que recebeu o Premio Luzia Aizim de Ficção e
Poesia de Mulheres, concedido pela União Brasileira de Escritores do Rio de
Janeiro no último dia 27 de outubro de 2006, na Academia Brasileira de Letras,
no Rio de Janeiro. Além desses e de outros prêmios, ainda foi agraciada com o
Mérito Cultural – União Brasileira de Escritores (Rio de Janeiro – 1988), o
Prêmio Imprensa – Categoria: Poesia - Fundação Cultural Cidade de Maceió
(Prefeitura Municipal de Maceió-1997), o Prêmio Destaque na Literatura 2001
- Prefeitura Municipal de Maceió, o Alto Mérito Sociocultural
- União Brasileira de Escritores/RJ -2002 e a Comenda Nise da Silveira
- Governo do Estado de Alagoas – 2005.
Para quem conhece Arriete Vilela, sabe
que se trata de uma mulher simpaticíssima e de uma poética merecedora de
aplausos.
Esta é a segunda vez que ela me
concede uma entrevista. A primeira, por volta de 1996, quando eu editava o
Nascente – Publicação Lítero-Cultural que circulou entre 1996/1999.
Desta vez, Arriete Vilela vem com
todos os festejos do seu mais recente livro, Lãs ao Vento, sucesso de público e
de crítica.
Com vocês, Arriete Vilela!
LAM - Arriete, de início a pergunta de praxe: como e quando
foi que ocorreu o seu encontro com a Literatura?
Posso responder de várias maneiras. Por
exemplo: que esse meu encontro com a Literatura é uma longa história. Mas aí eu
teria de contar alguns fatos, e esse retorno à infância, embora seja prazeroso,
hoje, porque elaboro certos conteúdos por meio da palavra, é também difícil,
bordado de lembranças que, se já não sangram, ainda traçam no meu coração uns
riscos de tristeza, de desamparo afetivo. Esqueçamos, então.
Mas
posso responder assim: nada me levou à Literatura. Não houve um encontro, pois
nasci dela. A Literatura está tão entranhada em mim como uma veia poderosa que
me irriga a alma de uma seiva hoje imprescindível à minha vida.
LAM - Você nasceu em Marechal Deodoro, a primeira capital e
uma cidade histórica de Alagoas. O que ficou ou foi recolhido da cidade na sua
Literatura?
Ficaram, sobretudo, as águas. Água de
lagoa, água de cacimba, água de pote, água de rio, água de quartinha, água de
chuva.
A
água é um elemento pertinente à minha escrita. Há, inclusive, um trabalho da
profa. dra. Enaura Quixabeira que mostra bem isso: “Arriete Vilela e o devaneio
aquático da palavra”.
LAM - Na condição de professora e mestra em Literatura
Brasileira, você se diz privilegiada por ter podido conciliar a Literatura como
profissão e vocação. Como foi a descoberta por essa profissão e vocação?
Essa é também uma pergunta que eu poderia
responder de várias maneiras. Mário Vargas Llosa fala de uma predisposição que
se pode ter, na infância ou no começo da adolescência, “para fantasiar pessoas, situações, casos,
mundos diversos do mundo em que se vive, e essa inclinação é o ponto de partida
do que mais tarde poderá se chamar vocação literária”.
Isso ocorreu comigo. Eu costumava criar
histórias e contava-as às minhas colegas. Um dia, já adolescente, percebi que
minhas histórias se perdiam, eu mesma as esquecia já na outra semana. Resolvi,
então, escrevê-las. Publiquei algumas no Fiat, jornalzinho do Colégio de São
José, onde eu estudava. Professores e alunas (à época, só meninas estudavam lá)
liam e elogiavam. Fui tomando gosto, entende?
Tomei gosto, igualmente, pela leitura. E
descobri que quanto mais eu lia mais facilidade sentia para escrever. Dos 14
aos 18 anos, li clássicos como Machado de Assis, Dostoievski, Flaubert e Eça de
Queirós. Um aprendizado e tanto!
Então,
já completamente seduzida pela Literatura, só me restava cursar Letras e, quase
inevitavelmente, tornar-me professora de Literatura.
LAM - O que primeiro rebentou para você: a poesia ou a
prosa?
A
prosa. Mas, quase intuitivamente, a minha escrita sempre foi marcada pela prosa
poética.
LAM - Como foi a experiência de publicar “Para além do avesso da corda”?
Foi
um livro que me deu a grande alegria de saber que, já àquela época, eu tinha
leitores (risos). Fiz uma edição de mil exemplares, e praticamente todos foram
adquiridos logo depois do lançamento. Uma maravilha, não? Hoje, possuo apenas
um exemplar.
LAM - Fale um pouco do seu livro “Farpa”.
Em “Farpa” há uns contos (“Cirandinha”)
que depois reescrevi, ampliei, juntei a outros, inéditos, e publiquei com o
título “Dos destroços, o resgate” (sobre o qual há uma dissertação de Mestrado
da profa. ms. Cármen Lúcia Dantas).
Esse
livro foi, anos depois, revisto, ampliado e reeditado sob o título “Grande Baú,
a infância” (ainda este ano, creio, sairá uma edição em braile, pela Edufal, o
que me emociona bastante).
LAM - Em 1992, você publicou “A rede do anjo”. Fale a
respeito desse livro.
Passei
alguns anos sem escrever poemas. “A rede do anjo” foi gratificante, porque
algumas pessoas, cuja opinião levo a sério, se mostraram bem impressionadas com
o livro.
LAM - Em “O ócio dos anjos ignorados”, a profª. Dra. Izabel
Brandão destacou o prazer do amor e a paixão da palavra, reunindo uma variedade
de sentimentos díspares no caldeirão da sua poética. Há, notadamente, muito de
infância, errâncias, silêncios nesse livro. Conta pra gente a sua impressão a
respeito disso.
Em
1999, “O ócio dos anjos ignorados” (poemas) foi adotado para a seleção do
Programa de Pós-Graduação em Letras e Lingüística da UFAL, e isso me deu uma
grande alegria, pois esse livro foi lido por pessoas que possuíam um bom
referencial teórico. De todos os meus livros, creio ser esse o que tem menos
leitores. A profa. dra. Izabel Brandão fundamentou o estudo dos poemas na
teoria de Bachelard, e por ser uma obra densa ficou, de certa forma, marcada
como difícil. Segundo a crítica, é um dos meus livros mais importantes.
LAM - Já nos “Vadios afetos”, você ao mesmo tempo teve e vai
desconstruindo o verso até o alcance de uma excelência notável, a ponto de se
deixar derramar como quem se refaz a cada reconstrução. O que acha disso?
Bom,
para resumir o que você quis dizer e acrescentar alguma outra coisa que a gente
queira, eu diria, como Manoel de Barros, que “o meu processo de escrever é ir desbastando a palavra até os
seus murmúrios e ali encaixar o que tenho em mim de desencontros”.
É isso.
LAM - Você incursiona na prosa por livros como “Tardios
afetos”, “Fantasia e avesso” e “Grande baú, a infância”. Fale da experiência de
trabalhar tanto a poesia como a prosa. Fale, inclusive, do seu mais recente
livro, o romance “Lãs ao vento”.
Adélia
Prado disse: “Às vezes Deus me
tira a poesia; olho pedra, vejo pedra mesmo”.
Quando ocorre isso comigo, busco
encontrar a poesia onde aparentemente ela não está: nas entrelinhas da vida.
Não sei viver/escrever de forma prosaica. Então, nos momentos em que vejo
apenas “pedra”, tento metaforizar o real, porque, como disse Cecília Meireles,
“a vida só é possível
reinventada”. De modo que a minha prosa é sempre poética. O que
quero dizer é que prosa e poesia se confundem no meu fazer literário. É só uma
questão de forma.
Em
“Fantasia e avesso” e “Lãs ao vento”, o leitor percebe bem essa minha
preocupação com a palavra poética. E como informação, devo dizer que “Lãs ao
vento” (romance) foi premiado pela União Brasileira de Escritores do Rio de
Janeiro. A premiação foi na Academia Brasileira de Letras, no dia 27 de outubro
deste ano. Esse é, aliás, o meu quinto prêmio nacional.
LAM - Você é uma autora premiadíssima e já teve muitas de
suas obras como tema de pesquisas acadêmicas. Fale desses prêmios e dessas
pesquisas efetuadas sobre a sua obra.
Já me antecipei quanto aos prêmios
nacionais. Também já recebi muitos prêmios aqui em Alagoas, sobretudo da
Academia Alagoana de Letras, mas só até 1996, ano em que tomei posse como
acadêmica, na Cadeira nº 6; pertencente ao quadro dos “imortais”, eu já não
podia concorrer aos prêmios (exceto no caso de não haver nenhum inscrito, o que
não é comum), e passei então a fazer parte das comissões julgadoras.
Mas quero registrar aqui a Comenda Dra.
Nise da Silveira, com que fui agraciada pelo Governo do Estado, em 2005, por
ser considerada uma das mulheres alagoanas que mais têm se destacado na área
cultural.
Um
outro registro, embora não se trate de premiação, mas de homenagem: em 2002, a
biblioteca setorial da Pós-Graduação em Letras da UFAL passou a ser chamada
Biblioteca Escritora Arriete Vilela, por iniciativa da profa. dra. Belmira
Magalhães.
LAM - Como você vê a poesia hoje? Quem você destaca no fazer
poético contemporâneo?
A
poesia é eterna. Na Antiguidade Clássica ou na contemporaneidade, a poesia é a
seiva da alma humana, a redenção.
Tenho,
naturalmente, preferência por alguns poetas, inclusive alagoanos, porque temos,
nesta nossa terra, ótimos poetas. Mas prefiro não citar nomes. Além disso, são
escolhas muito pessoais, e cabe a cada leitor eleger os seus poetas preferidos.
LAM - Há espaço para a poesia hoje?
Claro.
Manoel de Barros diz que “poesia
é quando a tarde está competente para as dálias”. E a tarde sempre
está competente para o belo. Não só a tarde, aliás. A manhã, a noite, a própria
vida.
LAM - Como a gente está conversando para um Guia de Poesia
que está disponível na internet, você acha que essa ferramenta da tecnologia
tem contribuído para a difusão da poesia? O seu trabalho está sendo divulgado
na internet?
Creio
que devemos sempre nos atualizar. Não sou uma pessoa com grandes paixões por
computador, mas reconheço que é uma excelente ferramenta de trabalho. Acesso
sites de literatura com freqüência, embora reconheça que há muita coisa que não
vale a pena.
LAM - Quais os projetos que você tenciona realizar?
O meu projeto é sempre imediato: sentir e
vivenciar a poesia sobretudo nas entrelinhas da vida, no cotidiano, nas coisas
mais simples.
O
meu projeto literário está sendo construído aos poucos: estou escrevendo um
outro romance.
E mais: dou cursos de leitura e produção
de textos; sou convidada constantemente para palestras em escolas e faculdades;
faço o 4º período de Publicidade e Propaganda.
Como
vê, ocupo muito bem o meu tempo. Tanto, que levei meses para responder essa
entrevista. O que, afinal, me proporcionou o prazer de, virtualmente, conversar
com um amigo tão querido como você e com os leitores do seu Guia de Poesia.
Obrigado,
Arriete.