sexta-feira, setembro 01, 2017

O CORDEL DE RICARDO ONORATO


BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL FENELON BARRETO
(FUNDADA COMO CLUB LITTERÁRIO DOS PALMARES)

Na época dos anos 1882
Havia um ponto de encontro dos artistas
Intelectuais, jornalistas, engenheiros e poetas
Também estavam na lista
Comerciantes e religiosos
Naquela época estavam contentes
Juntavam-se para reuniões
No Club Literário palmarense
Profissional liberais
Senhores engenheiros
Estavam ali reunidos
Por amor, não por dinheiro
Fina flor da educação
Sociedade naquela época em chamas
Considerada a segunda mais importante
Biblioteca pernambucana
Ali recebia a visita
De ilustres personalidades
Conde D’Eu esposo da princesa Isabel
Sempre estava na cidade
Na época governadores
Barbosa Lima, Estácio Coimbra
Rosa e Silva, Manoel Borba
Todos falavam as suas línguas
Abolicionista Joaquim Nabuco
Renovado poeta republicana
Silva Jardim dentre outros
Figuras de projeção da cultura pernambucana
Cientifica artista social
Era destaque que na época se viu
Pelo logonome de artes pernambucanas
Do cenário do Brasil
Ao passar dos anos
O prédio cedeu às reuniões pra frente
No Club Literário dos Palmares
Academia de Letras Palmamarense
A academia de letras foi fundada
Por Odilo Ferreira, Jane Cris
João Costa e outros literários
Do jeitinho que se quis
Foi no clube social
Por força da lei e desejo
Nascia a biblioteca municipal
Fenelon Barreto
Com a dedicação da nossa bibliotecária
Incentivada principalmente de primeira
A professora Jessiva Sabino de Oliveira
Localizada na rua Fenelon Ferreira
No dia 18 de junho de 2010
Uma enchente surgiu
Trombada de águas fortes
A biblioteca destruiu
Foi grande prejuízo
Que a biblioteca assumiu
Gastou-se em sua reforma
Aproximadamente nove mil
Com obras financia materiais
A biblioteca perdeu
47 estantes de aço
No meio da água desceu
7 estantes de madeira
Dentro de uma sala
Com várias importâncias
E muitas obras raras
8 conjuntos de mesas
De 6 cadeiras a água levou
Aonde dava atendimento
Ao público pesquisador
8 mesas de 6 cadeiras
Para leitores de jornais
5 ventiladores de parede
Que se foi, não volta mais
5 birôs e 6 balcões de madeira
Para atendimento de leitores
De jornais e de revistas
E 5 computadores
1 do telecentro
Do uso dos funcionários
Foram todos prejuízos
Que desceram pelo ralo
15 mesas de computadores
1 mesa de impressora 1 televisor de HD
20 cadeiras do telecentro
E também um aparelho de DVD
Uma geladeira e um fogão
3 estantes de arquivos
3 ar condicionaos e 1 armário de arquivo
De jornais e vários livros
Foram esses os momentos difíceis
Que a nossa biblioteca enfrentou
Graças hoje tem João Paulo como diretor
Seu brilhante trabalho
A frente desse órgão
Hoje é verdadeiro agasalho
Pro leitor não ficar órfão
Desse desastre hoje o contentamento
A biblioteca revive, graças!
De pé resiste até o presente momento
A biblioteca existe e é atrativo na praça!

A ENCHENTE DE 2010

Era tarde de sexta feira
Quando eu saia de casa
A chuva caia bastante
As ruas estavam alagadas

Então o dia passava
E nada da chuva parar
Só se ouvia o comentário
Que as águas iriam aumentar

Dirigi-me ao viaduto
Centenas de pessoas por lá
As águas subiram tanto
Por era de preocupar

Já estava escurecendo
Quando votei para casa
A falta de energia
Muito mas me preocupava

Na madrugada do sábado
Partia o meu coração
Ao saber que muitos sofriam
Com aquela escuridão

Ao amanhecer o dia
Em quanto as águas aumentavam
Muitos pediam socorro
Quando para a rádio ligava 

As águas subiam tantos
Formando inundação
Muitos subiam nas laje
E acenavam com a mão

Foi uma noite sofrida
Pois comecei a imaginar
Coloquei a cabeça na almofada 
E comecei a chorar

Liguei para o meu pai
Que também estava por lá
O telefone não tocava
A rede não estava no ar

Então liguei o meu rádio
Para pode me informar
Avia muitas pessoas
Sofrendo neste lugar

Pedir a papai do céu
Que viesse nos ajudar
Pos grande era o sofrimento
Que tínhamos de enfrentar 

Ao passar das horas
Quando o dia amanheceu
As águas subir tantos
E as casas se escondeu

Muitos saíram do alto
Para novamente olhar
Avia muitos moradores
Para o resgate salvar

Em busca de helicóptero
O resgate começar
Em numera quantidade de pessoas
Que os bombeiros salvo 

Muitos heróis trabalharam
Naquela inundação
Junto ao corpo de bombeiro
E o 10º Batalhão

A defesa civil
E o exercito também
Graça a Deus esses guerreiros
Combatero muito bem

Resgatado ao campo da rede
Alguns que passaram mal
Seguiram de ambulância
Direto ao hospital

Domingo 18 de junho de 2010
As águas ventaram ao normal
Foi ao centro de palmares
Avitei destruição total

Vê muitas pessoas nas portas
Desesperada e chorando
Tirando o que restaram
E no meio da rua jogando

Muitas casas caídas
E carros virado ao chão
Em toda parte do comercio
Foi grande a destruição

Na praça Ismael Gouveia
Uma cratera se abril
Formando um grande buraco
Que ate uma carreta engoliu

Sai um pouco adiante
Para ver o que restou
Até o colégio Ginásio
Com a força da água desabou

Fui ao centro comercial
Avistei destruição
Muito lixo nas ruas
E vários entulhos no chão

Fui ao pátio da sulanca
Destruição avistei
Muitos bancos de madeiras
Naquela área encontrei

Caminhei a projetada
Vi grande destruição
Da usina norte sul
O muro desabou no chão

Todo centro de Palmares
Com água se acabou
Santo Onofre e santa rosa
Também a água chegou

No dia de são João
Palmares inteiro parou
O ex presidente Lula
Nossa cidade visitou

Descendo em um helicóptero
Com escolta Federal
Junto a outros liderantes
Do congresso nacional

Lula junto a Eduardo
Para a cidade desceu
Quando chegaram nas ruas
Viram o que aconteceu

O povo recebeu os parlamentares
Que nas ruas caminharam
Vendo de perto os estragos
Que a enchente causaram

 Divido o tumulto do povo
A sua agenda lotada
Subiram em uma camionete
E ali a visita acabava

A visita do ex presidente
Veio para fortalecer
Em reunião com autoridades
Na esperança de vencer

69 cidades atingidas
Pedem reforço com urgência
Foram 10 em calamidade
59 em emergência

Em toda parte do Brasil
O povo se mobilizou
Mandando alimentos e agasalhos
Mostrando que tem amor 

Minha cidade bonita
Com água se acabou
As praças que eram belas
Seus brilhos se apagou

A minha cidade tão linda
Com água desmorono8u
Quantas casas e avenidas
A força da água arrastou

Terminou aquela enchente
Foi destruição total
Começou um sofrimento
Pra população geral

Muitos foram para o alto
Para a casa de parentes
Sem saber o sofrimento
Que viria pela frente

Foi no ano de 2000
Que a nossa cidade sofreu
Muitos habitantes de Palmares
Com aquela enchente perdeu

Destruição em qual a está
Por aqui nunca avistei
Mas se que para todas as coisas 
Existe a primeira vez

Meu povo o que aconteceu
Não venha desanimar
Peça conforto a Deus
Que ele pode te ajudar

Escrevi esta poesia
Com o coração partido
Aqui vai o meu abraço
Para este povo sofrido

Termino esta biografia
Com muita satisfação
Escrita por minha autoria
Do fundo do meu coração

REDE FERROVIÁRIA

Lembrança da minha infância
Do bom tempo do passado
Ouvia o som do apito
O trem descia carregado
Entrava na zona rural
Em trilhos amadeirados

Existia trem de carga
Que transportava madeira
Vagões carregados com mercadorias
De segunda a sexta-feira
Tinha trem de passageiro
Rodando semana inteira

Lá vai o trem, lá vai o trem
Seguindo em trilhas normais
Levando os seus passageiros
Subindo em canaviais
Trilhando em linha ferrovia
Nos verdes dos matagais

Lembro quando eu ia no comercio
Que o trem me parava
E fechava uma rua de acesso
Por cima do trem eu passava
Outro passa por baixo
E a sua vida ariscava
O trem saia de Palmares
E em Joaquim Nabuco passava
Entrava em ribeirão
Depois em escada chegava
Em todas entrada e saida
O trem sempre apitava

Pontizinha, ponte dos carvalhos
Charneca, cabo de Santo Agostinho
Ouvia o som do apito
Receba o trem com carinho
De passageiro ou de carga
O trem não seguia sozinho

Lavai o trem lavai o trem
De linha a fora a apitar
Passava em Jaboatão
Aquele grande lugar
No chegar no Recife
Deixava o povo por lá

Mais no passar do tempo
O trem de carga parou
O trem de passageiro
De repente se acabou
Naquela estrada ferrovia
Só o silencio habitou

Naquele grande terreno
Só existe a estação por lá
Aquele trem de passageiro
Nunca mais eu vi passar
Mim dá uma grande saudade
De ver o trem apitar

Hoje a rede foi vendida
A uma empresa privada
Que fala em renovar
Mais até agora nada
Já é grande o matagal
Ferrando a sua estrada

Aquela empresa privada
Não respeita a estação
Até na própria justiça
Movimento uma ação
Para derrubar as morais
Da nossa população

Aquele tempo do passado
Não mim sai da lembrança
Recordo com muita saudade
Do meio tempo de criança
Posso até fazer um apelo
Mais sei que não adianta

ORLA POETA DOS PALMARES

Quem não lembra da avenida
Jose Américo de Miranda
Que a enchente destruiu
Ainda esta na lembrança

Os moradores da avenida
Foram todos indenizado
Receberam em espécie
A importância do estado

Naquele grande terreno
Foi projetada na hora
Ali o governo iniciou
A construção de uma orla

Ao termino da construção
Deu-se mais brilho aquela avenida
Com a chegada da orla
Exalou com mais vida

Para quem vem de viaje
 E na avenida vai passando
Já vê que a Jose Américo
Com a orla foi mudando

Com piso de asfalto
E barra de tijolinho
Ao lado do rio Una varanda
E da avenida uns Banquinho
Com postes alto
E bela iluminação
Dando mais vista ao Santa Rosa
E o 10 Batalhão

Do outro lado tem Frinscal
Com uns belos pés de Bambu
Uma grande distribuidora
De Palmares Mata Sul

Ao fim daquela orla
Da fundo com viaduto
Ali caminha criança
Adolescente e adulto

Quem caminha acompanhado
Ou que caminha sozinho
Sempre avista uns pescadores
Pescando uns peixinhos

De manhã ao nascer do sol
Vendo o dia clarear
O sol brilhando sobre as águas
Como é lindo de se olhar

Que riqueza da orla
A nossa cidade tem
A onde todos caminham
E o corpo fica bem

A orla foi uma projeção
Muito boa para caminhar
Quem caminha nesta orla
Tem historia para contar

Que beleza de orla
Palmares agora tem
Todos que ali caminham
Fisicamente fica bem

RICARDO ONOTATORicardo Onorato da Silva, estoquista e poeta cordelista, autor do cordel Ascenso Ferreira, o poeta dos Palmares. Veja mais aqui.