Cláudio
Willer, poeta, ensaísta e tradutor, atual presidente da União Brasileira de
Escritores - UBE.
|
Luiz
- Para que nossos leitores/internautas fiquem conhecendo melhor o seu
trabalho, gostaríamos que nos dissesse: quem é Cláudio Willer?
|
Cláudio - "Quem" é amplo,
principalmente se for examinar essa questão de modo filosófico. Você quer
resumo biográfico, perfil, ou psicodiagnóstico? Na linha do resumo, sou
poeta, ensaísta e tradutor, autor de Anotações para um Apocalipse, Massao
Ohno Editor, 1964, poesia, Dias Circulares, Massao Ohno Editor, 1976, poesia,
Jardins da Provocação, Massao Ohno, 1981, poesia; Volta, narrativa em prosa,
Iluminuras, 1996, além de, como tradutor e organizador da coisa, Escritos de
Antonin Artaud, L&PM Editores, 1983 e reedições, Uivo, Kaddish e outros
poemas de Allen Ginsberg, L&PM Editores, 1984 e reedições, edição revista
e ampliada em 1999; edição de bolso em 2.000; Lautréamont - Obra Completa -
Os Cantos de Maldoror, Poesias e Cartas, edição prefaciada e comentada,
Iluminuras, 1997, e mais umas tantas coisas, além de inumeráveis colaborações
e participações em tudo quanto é lugar, com destaque para co-editar agora Agulha, mais incontáveis
presenças em outros lugares
da net, além de um montão de atividades organizando eventos literários e
coisas parecidas, e, como não bastasse, já fui e ainda sou presidente da
UBE – União Brasileira de Escritores.
|
Luiz
- O que fez com que você fosse levado pela correnteza da Literatura?
|
Cláudio - Sempre gostei. Quando comecei
a circular pelo mondo, p-ela vida, conheci muitos poetas, geração
"novíssimos" de São Paulo, Piva et. al. Caí em um ambiente cultural
estimulante, além de agitado.
|
Luiz
- O que tem determinado sua contínua criação literária?
|
Cláudio - Contínua? Nem tanto. Poesia, através
de inspiração intermitente. Ensaios e traduções, quando circunstâncias
favorecem ou determinam.
|
Luiz - A seu ver, como está a poesia
hoje?
|
Cláudio
- Bem melhor do que dizem por aí. Tenho lista de poetas bons que
deveriam ser mais lidos e comentados, e tenho insistido nisso. Dizerem que
acabou, que caiu, não tem mais, etc, é resultado de preguiça mental, não se
darem ao trabalho de ler, de examinar o que está sendo feito.
|
Luiz - Ampliando, como você está vendo a atual
Literatura Brasileira?
|
Cláudio
- Mesmíssisma resposta da anterior. Tem (no sentido de existir, de
conferir realidade) uma "geração 90" em prosa, tanto quanto em
poesia.
|
Luiz - Como é dirigir a União Brasileira de Escritores?
|
Cláudio - Se achasse muito ruim, tinha fugido de
reeleição. Porém, mais do que dois mandatos consecutivos não dá, vira rotina.
Interesse por UBE surgiu por volta de 1980, por achar que deveria
institucionalizar mais o que havia então de cultura de resistência contra o
autoritarismo. Por isso, envolvi-me em formação de chapa, que, por sua vez, deu
no que deu.
|
Luiz - O que tem realizado a UBE, que projetos tem
desenvolvido?
|
Cláudio - Palestras, debates. Encontros. Congressos de
escritores. Jornal O Escritor. Portal na net (vamos conseguir renovar e
ampliar!!!) Agora, mais concursos literários (aguarde noticiário para breve,
para as próximas horas talvez). Defesa de direitos autorais (numeração, sim,
antes tarde do que nunca). Uma coisa que aprendi é que entidades de
escritores, desde a criação da Societé des Gens de Lettres em 1836 (por
Victor Hugo, Balzac e George Sand, belo time), passando pelo Sindacato
Scrittori italiano, a APE portuguesa, o Schriftstellerverband alemão, etc,
são parecidas e fazem mais ou menos as mesmas coisas.
|
Luiz - O que ou quem mais tem chamado a sua atenção na
Literatura no presente momento?
|
Cláudio - Quantidade de autores com poesia em prosa, prosa
poética, imagens poéticas no texto.
|
Luiz - Que projetos - literários, poéticos, etc - está
para realizar?
|
Cláudio - Meu livro de poesias, Estranhas Experiências,
qualquer hora materializa-se editor. Penso em coletânea de ensaios, o que
publiquei em Agulha, selecionando, dava livro sobre literatura e vida. E o
que der e vier.
|
Entrevista
concedida em 2009 para o Guia de Poesia.